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Setembro foi um mês de muito estresse nos mercados financeiros globais. A B3, Bolsa brasileira, contudo, conseguiu fechar o mês no azul, feito que não foi possível para bolsas como S&P e Dow Jones. O dólar, por sua vez, subiu perante o real.
O Ibovespa, principal índice da B3, fechou o mês com uma alta de 0,71%, aos 116.565 pontos. Parece um avanço modesto, mas é positivo se comparado a outras bolsas mundiais. Nos Estados Unidos, por exemplo, o S&P 500 recuou 4,87% no mês, a Nasdaq caiu 5,81% e o Dow Jones cedeu 3,5%. Na Europa, o mês também foi de baixas. Só a bolsa britânica escapou. E o mesmo ocorreu na Ásia.
O mês foi de aversão ao risco em todo o mundo principalmente por causa dos juros dos Estados Unidos. O Fed (Federal Reserve) manteve a taxa no intervalo entre 5,25% e 5,50%, mas indicou que um novo aumento deve vir ainda em 2023 e garantiu que a política monetária contracionista será mantida pelo tempo que for necessário para a inflação voltar à meta anual de 2%.
O Fed não foi o único a ser duro no combate à inflação. O BCE (Banco Central Europeu) levou os juros para a máxima histórica de 4% e também disse que não tem pressa para cortar a taxa. No Brasil, o BC (Banco Central) já começou e deu sequência ao ciclo de cortes da Selic, mas afirmou que não vai acelerar o ritmo de redução da taxa básica de juros da economia brasileira.
Além disso, surgiram novas preocupações com a recuperação da economia chinesa, sobretudo depois que a construtora Evergrande disse que pode ter que renegociar o acordo feito com seus credores e admitiu que o seu fundador está sob vigilância da polícia. A possível desaceleração chinesa puxou para baixo os preços do minério de ferro, afetando empresas como a Vale (VALE3).
Os preços do petróleo, por sua vez, subiram, diante da perspectiva de que a demanda seja maior do que a oferta da commodity nos últimos meses do ano. A alta do petróleo, por sua vez, acende mais um alerta inflacionário, já que pode afetar o preço dos combustíveis e de mais uma série de produtos.
Com essa, investidores de todo o mundo voltaram os olhos para os títulos americanos, os treasuries, que passaram a pagar mais juros e são considerados o investimento mais seguro do mundo. Isso provocou uma saída de recursos de bolsas do mundo todo, especialmente de mercados de maior risco, como o Brasil. É o chamado "fly to quality".
A Bolsa brasileira se salvou de fechar o mês no vermelho na última hora. Até quarta-feira (27/09), acumulava queda em setembro, mas fechou no azul nos últimos dias úteis do mês. No acumulado mensal, os destaques foram de empresas beneficiadas pelas commodities, como CSN Mineração (CMIN3) e Petrobras (PETR3), e também de empresas que se destacaram no noticiário corporativo, como BRF (BRFS3) e Telefônica (VIVT3).
O cenário internacional, por sua vez, foi negativo para setores afetados pelos juros altos, como o varejo. O destaque negativo foi da Casas Bahia (BHIA3) que, além de sofrer com os juros, vive uma crise de desconfiança no mercado por causa de suas dívidas.
O dólar também não conseguiu se safar, já que a fuga de capital para os Estados Unidos reduz a oferta da moeda no Brasil. Por isso, voltou a ser negociado acima dos R$ 5. A moeda fechou o mês cotada a R$ 5,026, com alta de 1,6%.
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