Ibovespa em 142 mil pontos: Quais ações do agronegócio mais podem subir em 2025, segundo corretora

Ativa Investimentos volta a recomendar ações listadas na bolsa de valores brasileira, apostando em soja, milho, algodão e celulose em 2025

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Publicado em 09/04/2025 às 19:03h - Atualizado 3 dias atrás Publicado em 09/04/2025 às 19:03h Atualizado 3 dias atrás por Lucas Simões
Após quedas recentes do tarifaço de Trump, analistas estão construtivos com dois nomes do agronegócio brasileiro (Imagem: Shutterstock)

🤑 O Ibovespa quase conseguiu recobrar os 128 mil pontos, ao disparar mais de +3% nesta quarta-feira (9). Mas, será que existe espaço para mais até o final de 2025 e quais ações poderiam ser beneficiadas em meio ao tarifaço de Donald Trump? A resposta da corretora Ativa Investimentos é otimista e já mira duas ações do agronegócio brasileiro.

A corretora de valores elevou a sua recomendação para a bolsa de valores brasileira para compra nesta data, e manteve o seu preço-alvo para o Ibovespa em 142 mil pontos ao final de 2025.

Isso porque os indicadores fundamentalistas da maioria das empresas listadas na B3 (B3SA3) mostram que as certas ações negociam em níveis "baratos", principalmente após as quedas recentes com os ruídos vindo dos Estados Unidos, o que abre boa margem de segurança e potencial de valorização.

"Acreditamos em um fluxo de notícias mais benigno, que pode servir de gatilho para uma melhor precificação de ativos de renda variável ao longo do ano", escreveu o analista Ilan Arbetman, em relatório ao qual o Investidor10 teve acesso.

Para o especialista, quando faltam elementos suficientes para o mercado medir o risco dos investimentos sob uma nova circunstância macroeconômica, historicamente ele reage de forma excessivamente cautelosa, trazendo correções agudas com desdobramentos em todo o mundo.

"No Brasil não foi diferente, mas por enquanto, a leitura inicial é de que, em comparação com outras economias, saímos relativamente melhor, já que Trump nos aplicou uma taxação de 10% (ainda sem detalhes com relação às cotas, etc.)", informa Arbetman.

➡️ Leia mais: Trump eleva para 125% tarifas contra a China e pausa cobrança a outros países por 90 dias

SLC Agrícola (SLCE3)

Embora boa parte dos investimentos no mundo tenham celebrado a pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas de Trump a diversos países, ao mesmo tempo, em que elevou a taxação aos produtos chineses a 125%, o analista prefere cautela com companhias brasileiras mais resilientes e ligadas ao mercado de commodities.

Por exemplo, as ações da SLC Agrícola (SLCE3) são as favoritas da Ativa Investimentos dentro do universo do agronegócio, já que a empresa está posicionada para surfar a alta produtividade esperada para a safra no campo atual e melhores perspectivas de volume sobre soja, milho e algodão em relação ao ano passado.

🌾 "Há mais chances de sustentação dos preços dos grãos no próximo ciclo, devido possíveis ajustes nos estoques, parcerias Brasil e China e dólar forte", destaca o relatório da corretora.

A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) estima produção de soja recorde de 167,4 milhões de toneladas na safra 2024/2025, um crescimento de 13,3% frente à safra anterior. A colheita já superou 60%, com destaque para o Centro-Oeste e Matopiba (áreas de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

Para Arbetman, apesar do avanço no volume da safra, o excesso de chuvas na Região Sul trouxe perdas localizadas. Dessa forma, os preços da soja seguem pressionados, em linha com a colheita na América Latina, à espera dos dados de intenção de plantio nos EUA.

Já as cotações domésticas do milho seguem firmes, mesmo com o grão americano mais competitivo no mercado global. Por sua vez, a pluma brasileira do algodão mantém preços elevados, impulsionada pela demanda externa e pela valorização do dólar perto dos R$ 6.

🚜 O preço justo para SLCE3 é de R$ 24,60 por ação ao final do ano, com recomendação de compra e potencial de valorização de +32%, segundo a Ativa Investimentos.

Suzano (SUZB3)

Ainda falando do agronegócio brasileiro, mas agora no subsetor de papel & celulose, a escolha da Ativa Investimentos se concentra nas ações da Suzano (SUZB3), cujos indicadores fundamentalistas EV/Ebitda e Preço Sobre o Lucro (P/L) justo são de 5,5 vezes e 7,0 vezes, respectivamente.

🌳 Na China, o principal comprador de celulose do Brasil, é possível observar fortes volumes de importação nos últimos meses. Só em março, foram anunciados novos aumentos de preços para abril. Tal movimento mostra que a demanda segue saudável.

Apesar de ter fechado um pouco tanto na China como na Europa, o spread atual (taxa de diferença) entre as fibras (tipos de celulose, que podem ser provenientes de eucaliptos e pinheiros) segue grande e acima da média histórica.

"Na oferta da commodity, o mercado de celulose continua apertado, sobretudo pelo fechamento de fábrica da chinesa Chenming. Diferentes agentes apontam que dificilmente veremos a empresa redirecionando capacidade até pelo menos meados do segundo trimestre. Notamos uma estabilidade nos níveis de estoques de celulose europeus em fevereiro passado", explica o analista.

📈 O preço justo para SUZB3 é de R$ 68,00 por ação ao final do ano, com recomendação de compra e potencial de valorização de +34%, conforme a Ativa Investimentos.