Petrobras (PETR4) anuncia entrada em novo segmento com participação minoritária
Estatal recebeu 19 propostas e deve atuar no fornecimento de biometano a partir de 2026.
Funcionários da Petrobras (PETR4) prometem entrar em greve por tempo indeterminado na próxima segunda-feira (15), para cobrar avanços nas negociações salariais com a empresa.
A paralisação está sendo convocada pela FUP (Federação Única de Petroleiros) e pela FNP (Federação Nacional dos Petroleiros), que discutiram os termos do próximo reajuste salarial da categoria com a direção da Petrobras nessa terça-feira (9).
💲 Segundo os petroleiros, a companhia propôs um reajuste real de 0,5% e não avançou em outros pedidos da categoria. Entre eles, o aprimoramento do seu plano de cargos e salários e a busca de uma solução definitiva para os planos de equacionamento de déficit do seu fundo de pensão, a Petros.
A FNP classificou a proposta da estatal como "um desrespeito frente aos lucros recordes da companhia, drenados para dividendos bilionários de acionistas privados, enquanto a força de trabalho recebe propostas indignas".
A FUP tratou a proposta como "insuficiente" e ressou que os custos de pessoal respondem por menos de 7% das despesas da Petrobras, já que esta é uma indústria intensiva em capital.
Leia também: Petrobras (PETR4) prorroga a validade do concurso público realizado em 2024
Além disso, o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, disse que era "inadmissível" a companhia não apresentar uma solução para o equacionamento do seu plano de pensão mesmo depois de três anos de debates sobre o assunto.
Diante disso, aposentados e pensionistas da Petrobras prometem fazer uma vigília em frente à sede da Petrobras, no Rio de Janeiro, a partir desta quinta-feira (11) para cobrar uma solução para a Petros. Já os petroleiros prometem entrar em greve a partir de segunda-feira (15).
De acordo com a FUP, os sindicatos "seguem abertos ao diálogo", mas a categoria mostrou "forte disposição para pressionar por avanços nas negociações" nas assembleias e mobilizações realizadas nesta semana para discutir a proposta de reajuste salarial.
🛢️ A Petrobras vem tentando cortar custos e investimentos por causa da baixa dos preços do petróleo, que já caíram mais de 17% no ano.
O novo plano de negócios da estatal prevê uma economia de US$ 12 bilhões entre 2026 e 2030, por meio de medidas de otimização de custos. É o equivalente a uma redução de 8,5% dos gastos, em relação ao plano anterior.
Além disso, cortou para US$ 109 bilhões a projeção de investimentos para os próximos cinco anos e avisou que US$ 10 bilhões dessa cifra dizem respeito a projetos que ainda serão confirmados.
A baixa do petróleo ainda deve pesar para os acionistas da Petrobras. É que, diante desse cenário, a estatal não prevê o pagamento de dividendos extraordinários nos próximos cinco anos.
Segundo a FNP, esta também foi a justificativa da empresa para "não apresentar uma proposta que reconheça o suor e o esforço dos trabalhadores que continuam a produzir lucros recordes para uma das maiores petroleiras do mundo".
Em nota, a Petrobras afirmou que "mantém um canal de diálogo permanente com as entidades sindicais" e "espera concluir o novo acordo na mesa de negociações".
De toda forma, a companhia "respeita o direito de manifestação dos empregados" e disse que, "em caso de necessidade, adotará medidas de contingência para a continuidade de suas atividades".
Estatal recebeu 19 propostas e deve atuar no fornecimento de biometano a partir de 2026.
Segundo a FUP, 3,1 mil aprovados para o cadastro de reserva aguardam convocação.