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🚨 Na próxima quarta-feira (06), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve definir um novo patamar para a taxa Selic, que, atualmente em 10,75% ao ano, deverá subir 0,50 ponto percentual, segundo uma pesquisa recente conduzida pela XP com 30 gestores de fundos multimercados macro.
Essa elevação é vista por analistas como um esforço para controlar pressões inflacionárias e estabilizar a economia, especialmente diante de um cenário global incerto.
O levantamento, realizado entre 24 e 31 de outubro, aponta que há um consenso entre os gestores de que a Selic deve encerrar 2024 em 11,75%.
Em paralelo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para o final de 2024 teve sua projeção ajustada para 4,6%, um reflexo de preocupações crescentes com a inflação no Brasil.
A expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) do próximo ano se mantém em 3%, alinhada com o mercado.
A pesquisa também evidencia uma retração no otimismo em relação à economia brasileira, com 65% dos gestores mantendo uma visão positiva, um percentual inferior ao registrado na pesquisa anterior (76%).
Esse ajuste nas expectativas está associado, segundo especialistas, ao cenário fiscal e à preocupação com a trajetória dos juros.
Já em âmbito global, a percepção de neutralidade ganhou força entre os investidores, refletindo o nível de incerteza que persiste nas economias desenvolvidas e emergentes.
O estudo revela uma inclinação crescente dos gestores para posições em Juros Nominais, com um aumento de 8 pontos percentuais.
Embora essa postura sugira uma expectativa de recuo nos juros nominais, ainda há divergência quanto ao direcionamento dos próximos movimentos do Banco Central.
O contexto internacional de juros altos também é um fator que influencia as decisões dos investidores, pois os impactos no custo de capital e na atratividade de ativos de renda fixa são consideráveis.
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No cenário cambial, os gestores demonstraram uma preferência mais forte pelo dólar, sinalizando uma projeção de fortalecimento da moeda americana frente a pares globais.
Houve um aumento de posições compradas em dólar contra outras moedas, com destaque para a manutenção de uma postura neutra em relação ao Iene Japonês (+14 p.p.) e ao Euro (+12 p.p.), o que reflete uma visão mais cautelosa e uma menor convicção nas movimentações dessas moedas.
Para o real, a perspectiva se mostra desafiadora. A pesquisa destaca uma ampliação significativa nas posições vendidas em real frente ao dólar, indicando que muitos gestores consideram que o real ainda pode se depreciar mais.
Essa visão reflete incertezas quanto ao cenário fiscal doméstico e o impacto que um aumento da Selic pode ter sobre o poder de compra da moeda brasileira.
📈 No mercado de ações, a postura dos gestores se tornou mais defensiva.
As posições vendidas na bolsa global subiram de 17% para 22%, sinalizando uma cautela generalizada quanto ao desempenho das ações em um contexto de incertezas fiscais e ajustes monetários.
No Brasil, houve um aumento nas posições neutras, o que destaca a hesitação dos investidores diante de uma economia interna que enfrenta desafios, incluindo a alta dos juros e a desconfiança com a trajetória fiscal.
A análise da XP conclui que o ambiente de incerteza está criando um cenário de expectativa conservadora entre os gestores, com a preferência por ativos mais seguros e o fortalecimento do dólar frente ao real, enquanto se aguarda uma definição mais clara da política fiscal e monetária do governo.
As próximas decisões do Copom serão acompanhadas de perto pelo mercado, uma vez que os ajustes na Selic, o cenário de inflação e a evolução fiscal do Brasil terão impacto direto nas expectativas de crescimento e na atratividade do mercado brasileiro.
Com gestores mantendo posições cautelosas e revisando suas estratégias, a economia brasileira está em um ponto crítico, onde cada decisão pode redefinir o ritmo do crescimento e a estabilidade de diversos setores do mercado.
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