Ford (FDMO34) pode voltar ao Brasil, mas coloca pré-requisito

Em entrevista à Folha, vice-presidente para América do Sul avalia potencial retorno ao país com eletrificação

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Publicado em 04/05/2024 às 16:10h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 04/05/2024 às 16:10h Atualizado 3 meses atrás por Wesley Santana
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🚗 Em 2020, a Ford (FDMO34) anunciou que deixaria o Brasil, quando informou a interrupção da fabricação de automóveis em solo nacional. A empresa, que tinha três plantas em atividade, fechou os espaços e não voltou mais. 

Quatro anos depois, a empresa dá pistas de que pode voltar a fabricar veículos no país, mas coloca um pré-requisito: se eletrificação avançar. Em entrevista à Folha de SP, Rogelio Golfarb, vice-presidente da Ford na América do Sul avalia os potenciais próximos passos da montadora. 

"A primeira coisa que eu preciso deixar claro é que não existe plano para isso. Não temos planos de voltar a produzir no Brasil. Mas eu não tenho dúvida de que, à medida que o nível de tecnologia de eletrificação crescer, nós vamos estar avaliando, sem dúvida, a produção local. Mas no momento não há planos” diz ele. 

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Embora não produza veículos no país, a montadora continua tendo equipes de trabalho, como um quadro de 1,6 mil especialistas para o desenvolvimento de tecnologias. Golfarb avalia que esse time é competitivo e consegue, por suas descobertas, exportar tecnologia para outros países.

“No mundo, a demanda por novos projetos de desenvolvimento de tecnologia da mobilidade cresceu vertiginosamente. Nós aqui no Brasil somos competitivos e exportamos esse serviço. Por estar participando desses projetos que vão acontecer em 2030, 2032 ou 2035, a gente consegue ver a dinâmica de outros países e ter uma visão antecipada dos produtos e empregos que serão necessários lá na frente”, comenta. 

Em sua análise o Brasil precisa criar políticas para investir na mobilidade elétrica, mas considerando também os outros formatos de veículos que existem, caso dos modelos híbridos, que usam eletricidade e combustível. 

“Então, é investir nos minerais da eletromobilidade. Eles são um aliado da visão da utilização do etanol no Brasil. Não há um conflito. Há uma associação. Essa política tem que garantir um marco regulatório para você poder extrair os minerais e criar incentivos para que você não exporte simplesmente o mineral, mas eleve o nível de industrialização através do beneficiamento, iniciando por elementos de bateria e depois evoluindo para uma bateria”, pontuou.