Focus: Projeção para a inflação em 2024 tem queda inédita após sequência de altas

A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador de inflação do país, recuou de 4,64% para 4,63%.

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Publicado em 25/11/2024 às 09:31h - Atualizado 3 minutos atrás Publicado em 25/11/2024 às 09:31h Atualizado 3 minutos atrás por Matheus Rodrigues
Em contraste, a projeção para o dólar no final de 2024 subiu de R$ 5,60 para R$ 5,70 (Imagem: Shutterstock)

🚨 O Relatório Focus do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (25), trouxe atualizações importantes para o cenário econômico de 2024, apontando uma leve desaceleração na inflação projetada e uma elevação nas expectativas para o dólar.

A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador de inflação do país, recuou de 4,64% para 4,63%, encerrando uma sequência de sete semanas consecutivas de alta.

Em contraste, a projeção para o dólar no final de 2024 subiu de R$ 5,60 para R$ 5,70, sinalizando uma perspectiva de pressão cambial.

Apesar do alívio inflacionário no curto prazo, as projeções para os anos seguintes indicam um ambiente de maior incerteza.

A expectativa para a inflação de 2025 subiu de 4,12% para 4,34%, enquanto para 2026 o índice avançou de 3,70% para 3,78%.

No horizonte de 2027, a projeção registrou um pequeno acréscimo, passando de 3,50% para 3,51%.

Esses movimentos refletem um cenário de desafios estruturais, que podem influenciar tanto as políticas monetárias quanto as estratégias de investimento no médio prazo.

Projeções para o PIB

Em termos de crescimento econômico, o Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 recebeu uma revisão positiva, com a expectativa subindo de 3,10% para 3,17%.

Esse resultado alimenta o otimismo em relação à recuperação da atividade econômica no próximo ano. Para 2025, a projeção também foi revisada ligeiramente para cima, de 1,94% para 1,95%.

Os anos de 2026 e 2027, no entanto, mantiveram estimativas estáveis em 2%, sugerindo um cenário de crescimento moderado e contínuo.

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Taxa Selic

No que diz respeito à taxa básica de juros (Selic), os analistas mantêm a projeção de 11,75% para 2024, consolidando essa estimativa há oito semanas consecutivas.

Para 2025, entretanto, houve um aumento na previsão, que passou de 12% para 12,25%, enquanto as projeções para 2026 e 2027 ficaram em 10% e 9,50%, respectivamente.

Esses números reforçam a expectativa de um ciclo de juros altos no médio prazo, refletindo os esforços do Banco Central em controlar a inflação dentro da meta.

Dólar

O câmbio também apresenta um cenário de ajustes moderados para os próximos anos.

As expectativas para o dólar em 2025 subiram de R$ 5,50 para R$ 5,55, acompanhadas por revisões semelhantes para 2026 e 2027, ambas fixadas em R$ 5,50.

Esse movimento reflete um contexto de volatilidade cambial e maior percepção de risco externo.

Resultado Primário, Dívida Pública e Balança Comercial

📈 No campo fiscal, o resultado primário projetado para 2024 teve uma melhora significativa, com a estimativa de déficit passando de -0,60% para -0,50% do PIB.

Apesar disso, os números de 2025 a 2027 indicam uma tendência de deterioração, com o déficit previsto para 2027 subindo de -0,30% para -0,43%.

Já a dívida pública líquida do setor público teve um pequeno ajuste para baixo em 2024, passando de 63,50% para 63,45% do PIB.

No entanto, as projeções para os anos seguintes mostram crescimento contínuo, chegando a 72,50% em 2027.

No comércio exterior, as estimativas para a balança comercial de 2024 recuaram de US$ 76,99 bilhões para US$ 75 bilhões.

Em contrapartida, os números para 2025 e 2027 foram revisados para cima, refletindo uma expectativa de maior saldo positivo nos anos posteriores.

As novas projeções do Relatório Focus destacam um cenário econômico de contrastes: enquanto há sinais de alívio no curto prazo, com a inflação e o crescimento econômico mostrando tendências mais favoráveis para 2024, o longo prazo continua desafiador.

Compressões fiscais, pressões cambiais e juros elevados devem exigir ajustes estratégicos de investidores e formuladores de políticas, diante de um ambiente econômico em transformação.