FGC pode liberar R$ 4 bilhões para resgate de CDBs do Master, diz jornal

O banco negocia um socorro bilionário para garantir a liquidez dos CDBs com vencimento de curto prazo.

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Publicado em 09/05/2025 às 18:33h - Atualizado 12 minutos atrás Publicado em 09/05/2025 às 18:33h Atualizado 12 minutos atrás por Matheus Silva
O apoio financeiro ainda depende da conclusão da análise do Banco Central (Imagem: Shutterstock)

🚨 O Banco Master negocia um socorro bilionário com o Fundo Garantidor de Créditos (FGC) para garantir a liquidez necessária ao pagamento de CDBs com vencimento de curto prazo, em meio à venda parcial da instituição para o BRB (BSLI4) e à crescente pressão regulatória e judicial.

Segundo o Pipeline e o Estadão, o FGC deve liberar R$ 4 bilhões de forma emergencial, em operação de assistência de liquidez — o que não elimina a necessidade de levantar ao menos outros R$ 6 bilhões para cobrir os compromissos previstos até o fim de 2026.

Venda de ativos pessoais entra no plano

Parte do valor adicional deverá ser obtida com a venda de ativos privados do fundador Daniel Vorcaro, como participações em empresas que não estão no balanço do grupo Master.

Segundo o Estadão, essas vendas já estão em andamento e complementariam o esforço de caixa para evitar uma crise de confiança entre investidores.

FGC pressiona por clareza sobre aquisição pelo BRB

O apoio financeiro ainda depende da conclusão da análise do Banco Central sobre a compra parcial do Master pelo BRB.

O banco estatal de Brasília pretende absorver cerca de R$ 43 bilhões em ativos do Master, enquanto outros R$ 40 bilhões — majoritariamente precatórios — ficariam de fora da operação.

O FGC aguarda a formalização dos ativos que serão transferidos ao BRB para concluir a análise de risco sistêmico da operação.

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Como os grandes bancos são os principais financiadores do fundo, houve resistência inicial ao apoio ao Master, que utilizava o selo do FGC para vender CDBs com retornos elevados e risco acima da média.

A liberação da linha de liquidez, segundo fontes próximas às negociações, seria mais vantajosa para o sistema financeiro do que uma eventual liquidação do banco, o que forçaria o pagamento integral dos títulos pelo fundo, ampliando o impacto no mercado.

Justiça adia fusão

Em paralelo, a aquisição do Master pelo BRB enfrenta impugnações legais. O Tribunal de Justiça do Distrito Federal atendeu a um pedido do Ministério Público, que questiona a ausência de assembleia de acionistas e aval do Legislativo do DF para o negócio.

A assinatura do contrato definitivo está suspensa até nova deliberação judicial.

A expectativa da diretoria do Master, no entanto, é que as etapas formais sejam superadas assim que o Banco Central der sinal verde à operação.

Encontros entre Vorcaro e o presidente do BC, Gabriel Galípolo, já ocorreram pelo menos três vezes desde o anúncio da venda.

Interesse privado nos ativos restantes

💲 Os R$ 40 bilhões em ativos não absorvidos pelo BRB — em especial precatórios judiciais — também estão no radar de investidores institucionais.

A Folha de S.Paulo apurou que o BTG Pactual (BPAC11) pode intermediar uma liquidação privada desses papéis, com interesse declarado da família Batista, da J&F, na aquisição dos créditos.