Bitcoin (BTC) subiu tanto quanto nos últimos halvings? Compare
A criptomoeda teve uma valorização de 110% nos 365 dias que antecederam o halving da última sexta-feira (19).
Quando Satoshi Nakamoto criou o Bitcoin (BTC), ele decidiu que só haveria 21 milhões de Bitcoins. Por isso, também impôs limites para a mineração do criptoativo. A ideia é que o número de Bitcoins que entram em circulação caia pela metade a cada 210 mil blocos minerados, por meio de um evento chamado de halving. E o próximo halving está prestes a acontecer.
🪙 O halving acontece, em média, a cada quatro anos. O último foi em maio de 2020 e o próximo está previsto para meados de abril, ou seja, daqui a aproximadamente um mês. A data exata do evento ainda não é sabida, já que o halving depende do número de blocos minerados de Bitcoin. Mas, pelos cálculos do mercado, deve acontecer entre os dias 16 e 22 de abril.
O evento acontecerá quando o número de blocos minerados de Bitcoin atingir 840 mil. Atualmente, há 834,6 mil blocos minerados. Já o número de Bitcoins em circulação é de aproximadamente 19,6 milhões. Ainda resta, portanto, cerca de 1,4 milhão de Bitcoins para entrar em circulação. A mineração, no entanto, só deve chegar ao fim em 2140. Afinal, o halving diminui o ritmo de criação do criptoativo.
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Novos Bitcoins entram em circulação como uma recompensa por blocos minerados. Para garantir que o número total de Bitcoins não passe dos 21 milhões, o código da criptomoeda diz que essa "recompensa" cai pela metade a cada 210 mil blocos minerados. Daí o nome "halving", que vem do verbo "to halve" (reduzir pela metade, em inglês).
No início, os mineradores recebiam uma recompensa de 50 Bitcoins por bloco minerado, o que significa que 50 Bitcoins entravam em circulação a cada 10 minutos e 7.200 Bitcoins entravam na rede por dia. Em 2012, no entanto, houve o primeiro halving e essa recompensa caiu para 25. Em 2016, foi para 12,5. E em 2020 para 6,25. Com o novo halving, deve ir para 3,125 a partir de abril.
Veja como os halvings afetaram o número de Bitcoins que entram em circulação por dia:
Pelos cálculos do mercado, o Bitcoin passará por um total de 33 halvings até que todas as 21 milhões de unidades da criptomoeda estejam no mercado e que a mineração chegue ao fim, em 2140.
📈 O objetivo do halving é manter a escassez do Bitcoin, algo tido como fundamental para a valorização do criptoativo. A ideia é que a demanda pelo Bitcoin continuará subindo, enquanto o número de ativos que entram na rede diminui. O choque entre oferta e demanda tende, então, a elevar o preço do Bitcoin.
"Com o halving, o Bitcoin se torna um ativo mais raro. E, quando a emissão diminui, o valor percebido aumenta. O preço geralmente acompanha", explicou o presidente da ABCripto (Associação Brasileira de Criptoeconomia), Bernardo Srur.
Segundo ele, o Bitcoin segue uma lógica deflacionária e não inflacionária como a das moedas, que costumam valer menos com o passar do tempo por razões como o aumento da oferta. A lógica aplicada ao Bitcoin, portanto, é mais parecida com a de minerais como o ouro, que também têm um estoque minerável limitado.
Srur indicou que, seguindo essa lógica, o Bitcoin pode atingir um patamar de preço menos volátil no futuro e funcionar como uma reserva de valor, da mesma forma que o ouro. "A ideia é ter um limite de emissão e limites cada vez menores para que, ao invés de desvalorizar, continue com um valor percebido estável", afirmou.
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O Bitcoin já subiu mais de 58% em 2024. A criptomoeda começou o ano cotada a US$ 42,2 mil, mas chegou a ser negociada acima dos US$ 73 mil na última quarta-feira (13). A escalada começou com a aprovação dos ETFs de Bitcoin à vista nos Estados Unidos em janeiro, mas continua em ritmo acelerado, diante da expectativa pelo halving.
Depois do pico de US$ 73 mil na quarta-feira (13), o Bitcoin passou por um ajuste. A criptomoeda caiu nos últimos dias e neste domingo (17) é negociada por cerca de US$ 66,7 mil. Contudo, a expectativa é de que o ativo volte a subir e bata novos recordes. É que, embora comece a se valorizar antes mesmo do halving, o Bitcoin costuma subir muito mais depois do evento.
Em 2020/2021, por exemplo, o Bitcoin saltou 533% nos 365 dias seguintes ao halving, segundo levantamento da EY (Ernst & Young). O Bitcoin era negociado por US$ 6.379 um ano antes do último halving. No dia do evento, já estava valendo US$ 8.821, uma alta de 38%. E, depois de um ano, era negociado a US$ 55.847.
A alta, contudo, foi muito maior no primeiro halving, realizado em 2012. Naquela vez, o Bitcoin saltou de US$ 2,5 para US$ 12,5 nos 365 dias que antecederam o evento, uma valorização de 400%. Um ano depois, já era negociada acima dos US$ 1.000, com uma alta de 7.956%.
Veja como os halvings afetaram o preço do Bitcoin
1º halving, em 28 de novembro de 2012:
2º halving, em 9 de julho de 2016:
3º halving, 9 de julho de 2016:
Ainda falta cerca de um mês para o próximo halving, mas o Bitcoin já acumula uma valorização de 144% nos últimos 12 meses, segundo dados do Investidor10. Afinal, em março de 2023, era negociado perto dos US$ 25 mil e agora está valendo cerca de US$ 66,7 mil. Já em meados de abril de 2023, um ano antes da data estimada para o halving, o Bitcoin era negociado perto dos US$ 28 mil.
A criptomoeda teve uma valorização de 110% nos 365 dias que antecederam o halving da última sexta-feira (19).
Analistas divergem sobre porcentagem de alta, mas cripto precisa pelo menos se manter no nível atual