Ex-CCR, Motiva (MOTV3) vai investir mais de R$ 1 bi em inovação; veja o que esperar

Objetivo é entrar no mundo da "smart infrastructure" e ampliar eficiência.

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Publicado em 25/09/2025 às 16:03h - Atualizado 3 dias atrás Publicado em 25/09/2025 às 16:03h Atualizado 3 dias atrás por Marina Barbosa
Motiva atua em concessões de rodovias, trens, metrôs e aeroportos (Imagem: Shutterstock)
Motiva atua em concessões de rodovias, trens, metrôs e aeroportos (Imagem: Shutterstock)

Antiga CCR, a Motiva (MOTV3) pretende investir mais de R$ 1 bilhão em inovação na próxima década.

📡 O objetivo é ampliar o uso de tecnologias como IA (Inteligência Artificial) e IoT (Internet das Coisas), além de acelerar a transição energética, para obter operações mais eficientes.

"Queremos fazer a transição para a chamada smart infrastructure (infraestrutura inteligente)", contou o CEO da Motiva, Miguel Setas, nesta quinta-feira (25), no encontro anual da empresa com analistas e investidores. 

Segundo ele, essa estratégia vai permitir a construção de uma infraestrutura mais conectada, digitalizada e descarbonizada e que presta um serviço melhor, mais eficiente e mais seguro.

💲 Por isso, a Motiva pretende investir aproximadamente 0,5% da sua receita líquida em inovação entre 2025 e 2035, uma proporção alinhada com as práticas internacionais, segundo o CEO.

A expectativa é de que os frutos dessa estratégia sejam colhidos sobretudo entre 2030 e 2035. Por isso, a Motiva já até ampliou as suas metas de eficiência.

A companhia esperava atingir um ratio opex caixa/receita líquida de 35% até 2035, mas reviu a meta para 30% em 2030 e 28% em 2035. O indicador reflete a eficiência operacional da empresa.

Segundo Miguel Setas, a companhia pôde ser mais ambiciosa neste sentido por causa dos ganhos esperados com a inovação tecnológica, mas também por causa da redução de custos e da simplificação de portfólio que já vem executando, além da perspectiva de manter sua receita crescendo a uma taxa de dois dígitos.

Dividendos

💰 Diante dessa perspectiva positiva, a Motiva mantém a meta de distribuir 50% do lucro líquido para os acionistas, sob a forma de dividendos.

de acordo com o CFO, Waldo Perez, este será o payout sempre que a alavancagem, medida pela relação dívida líquida/Ebitda, ficar dentro da meta de 2,5x a 3,5x.

"Back to basics"

No Investor Day, a Motiva também deixou claro que continua simplificando o seu portfólio, para focar apenas em ativos estratégicos.

A companhia já deixou o segmento de barcas, repactuou contratos e colocou suas operações de aeroportos à venda neste ano.

🛣️ O objetivo é construir um portfólio "mais focado" nos negócios principais da companhia, além de focar em "ativos premium, em geografia de qualidade". Segundo o CEO, é uma forma de gerar valor e ainda controlar os riscos.

Por isso, a Motiva também tem sido "seletiva" nos leilões. Em mobilidade urbana, por exemplo, a ideia é aumentar a presença nos mercados em que já atua: São Paulo, Rio de janeiro e Salvador.

Ainda assim, a companhia vê cerca de R$ 160 bilhões em oportunidades nos segmentos de rodovias e trilhos.