Minerva (BEEF3) suspende estimativas financeiras, veja motivo
As estimativas incluem Ebitda, receita líquida, fluxo de caixa e dívida líquida.
📊 As ações da Minerva Foods (BEEF3) reservam uma aposta arrojada aos investidores de renda variável procurando oportunidades no agronegócio: podem amargar 36% ou disparar 55%, conforme cálculos do BTG Pactual.
Para se chegar à resposta desse enigma, antes é preciso entender como o frigorífico especializado na exportação de carne bovina foi parar nesta sinuca de bico.
Não faz muito tempo que a Minerva Foods pagou R$ 7,5 bilhões à Marfrig (MRFG3) pela compra de 16 fábricas de carne bovina e, desde então, ficou a pulga atrás da orelha se o negócio não saiu caro demais.
Os analistas do banco reconhecem que tais ativos levarão provavelmente a necessidades substanciais de capital de giro assim que a Minerva ativar as plantas de abate.
"Assumindo o atual ciclo de conversão de caixa da Minerva, estimamos essa necessidade adicional de capital de giro em cerca de R$ 900 milhões. O custo total poderá chegar a aproximadamente R$ 9 bilhões se a transação for aprovada até o final do ano", afirmam os analistas Thiago Duarte, Guilherme Guttilla e Bruno Lima, em relatório.
No caso, a conta feita pelos especialistas foi a seguinte: R$ 7,5 bilhões da aquisição + juros de empréstimos de R$ 6 bilhões + ajuste de valor pelo atraso + necessidades de capital de giro.
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O modelo de análise fundamentalista do BTG Pactual estima que o lucro antes de impostos, depreciação e amortização (Ebitda) seja de R$ 1,1 bilhão das 16 fábricas compradas, situando-se entre os R$ 1,5 bilhão da Minerva e os R$ 750 milhões mais conservadores da Marfrig.
Portanto, isso levaria a uma relação dívida líquida/Ebitda no final do ano de 2025 de 3,8 vezes para a Minerva.
🐂 "Se nossas estimativas estiverem corretas e as margens Ebitda diminuírem apenas ligeiramente nos próximos anos, a Minerva Foods poderá gerar rentabilidades de fluxo de caixa livre de dois dígitos", destaca o trio.
Por outro lado, estas previsões têm uma incerteza considerável, incluindo o Ebitda real, a rapidez com que será realizado e o capital de giro necessário para aquisição de equipamentos e gado.
Usando um múltiplo EV/Ebitda justo de 5 vezes, o banco avalia o potencial de queda ou de valorização, variando o Ebitda de R$ 750 milhões a R$ 1,5 bilhão.
Dado que o valor patrimonial representa apenas cerca de 20% do Valor de Firma total da Minerva Foods, o potencial de valorização ou desvalorização é significativo.
"Encontramos uma queda potencial de 36% nas ações da Minerva se o Ebitda das plantas adquiridas estiver alinhado com a estimativa da Marfrig, enquanto uma valorização de 55% é possível se as projeções da Minerva se mantiverem", advertem os especialistas.
🔎 Se o lucro médio de R$ 1,1 bilhão estimado pelo BTG Pactual se confirmar, o preço atual das ações do frigorífico, ao redor de R$ 7, já se encontra no valor justo. Assim, o banco reitera apenas uma recomendação neutra.
As estimativas incluem Ebitda, receita líquida, fluxo de caixa e dívida líquida.
Ações da companhia desabam na B3 nesta terça-feira (26), com analistas avaliando que os resultados ficaram abaixo do esperado.