Esta ação do agronegócio pode cair 36% ou subir 55%; vale a pena?

Frigorífico fez aqusições relevantes, mas resta saber se o retorno esperado virá à altura

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Publicado em 12/09/2024 às 15:43h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 12/09/2024 às 15:43h Atualizado 3 meses atrás por Lucas Simões
Minerva Foods pagou R$ 7,5 bi por 16 fábricas de carne bovina (Imagem: Shutterstock)

📊 As ações da Minerva Foods (BEEF3) reservam uma aposta arrojada aos investidores de renda variável procurando oportunidades no agronegócio: podem amargar 36% ou disparar 55%, conforme cálculos do BTG Pactual.

Para se chegar à resposta desse enigma, antes é preciso entender como o frigorífico especializado na exportação de carne bovina foi parar nesta sinuca de bico.

Não faz muito tempo que a Minerva Foods pagou R$ 7,5 bilhões à Marfrig (MRFG3) pela compra de 16 fábricas de carne bovina e, desde então, ficou a pulga atrás da orelha se o negócio não saiu caro demais. 

Os analistas do banco reconhecem que tais ativos levarão provavelmente a necessidades substanciais de capital de giro assim que a Minerva ativar as plantas de abate.

"Assumindo o atual ciclo de conversão de caixa da Minerva, estimamos essa necessidade adicional de capital de giro em cerca de R$ 900 milhões. O custo total poderá chegar a aproximadamente R$ 9 bilhões se a transação for aprovada até o final do ano", afirmam os analistas Thiago Duarte, Guilherme Guttilla e Bruno Lima, em relatório.

No caso, a conta feita pelos especialistas foi a seguinte: R$ 7,5 bilhões da aquisição + juros de empréstimos de R$ 6 bilhões + ajuste de valor pelo atraso + necessidades de capital de giro. 

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Quanto renderão as 16 fábricas?

O modelo de análise fundamentalista do BTG Pactual estima que o lucro antes de impostos, depreciação e amortização (Ebitda) seja de R$ 1,1 bilhão das 16 fábricas compradas, situando-se entre os R$ 1,5 bilhão da Minerva e os R$ 750 milhões mais conservadores da Marfrig.

Portanto, isso levaria a uma relação dívida líquida/Ebitda no final do ano de 2025 de 3,8 vezes para a Minerva. 

🐂 "Se nossas estimativas estiverem corretas e as margens Ebitda diminuírem apenas ligeiramente nos próximos anos, a Minerva Foods poderá gerar rentabilidades de fluxo de caixa livre de dois dígitos", destaca o trio.

Por outro lado, estas previsões têm uma incerteza considerável, incluindo o Ebitda real, a rapidez com que será realizado e o capital de giro necessário para aquisição de equipamentos e gado.

Usando um múltiplo EV/Ebitda justo de 5 vezes, o banco avalia o potencial de queda ou de valorização, variando o Ebitda de R$ 750 milhões a R$ 1,5 bilhão. 

36% de queda ou 55% de valorização

Dado que o valor patrimonial representa apenas cerca de 20% do Valor de Firma total da Minerva Foods, o potencial de valorização ou desvalorização é significativo.

"Encontramos uma queda potencial de 36% nas ações da Minerva se o Ebitda das plantas adquiridas estiver alinhado com a estimativa da Marfrig, enquanto uma valorização de 55% é possível se as projeções da Minerva se mantiverem", advertem os especialistas.

🔎 Se o lucro médio de R$ 1,1 bilhão estimado pelo BTG Pactual se confirmar, o preço atual das ações do frigorífico, ao redor de R$ 7, já se encontra no valor justo. Assim, o banco reitera apenas uma recomendação neutra.