Espero que regulação da bagagem fique no passado, diz CEO da JetSmart

Companhia low cost agora mantém seis rotas internacionais saindo do Brasil

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Publicado em 22/04/2024 às 12:01h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 22/04/2024 às 12:01h Atualizado 3 meses atrás por Wesley Santana

✈️ Embora seja o maior mercado da América do Sul, há muito tempo os voos dentro do Brasil se restringem a três grandes companhias aéreas.

Seus vizinhos, no entanto, contam também com as companhias aéreas de baixo custo, que oferecem passagens a menor custo, mesmo oferecendo menos conforto e até cobrando pelo transporte da mala de mão. É o caso da argentina Flybondi e das chilenas Sky Airlines e JetSmart.

Essa última já opera nos mercados domésticos da Argentina, Peru e Colômbia, além do Chile. Em entrevista ao jornal O Globo, Estuardo Ortiz, CEO da JetSmart, que há questões internas do Brasil que dificultam a entrada no mercado nacional.

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“Há questões de mercado que são importantes. Uma delas, que espero que fique no passado, é a regulação das bagagens. Temos rotas em que 40% a 60% dos passageiros não levam bagagem. Se a regulação me obriga a dar franquia de bagagem, eu vou ter que cobrar por isso no preço da passagem. E muitos passageiros que não levam bagagem, vão pagar. Toda tarifa que inclui alguma coisa é sempre mais cara do que uma tarifa que não inclui nada”, disse ele.

Assim como Gol, Azul e Latam, outras companhias aéreas também mostram preocupação com a judicialização dos casos. No ano passado, a Azul chegou a cancelar seus voos de e para Rondônia, no Norte do país, estado que registrava o mais alto número de processos na justiça.

“A questão do custo das ações judiciais de consumidores é algo que a gente olha de forma muito atenta. E não apenas pelo custo, que é muito alto, mas porque traz muita incerteza para o negócio. Não é previsível. Então o Brasil tem alguns elementos que não favorecem, que não são ‘Ultra Low Cost friendly’”, comenta Ortiz.

Tarifa baixa

💸 Por outro lado, segundo ele, há pontos em que o Brasil já avançou e, por isso, desponta como destaque para as empresas que pretendem explorar o mercado nacional.

“O Brasil tem a tarifa aeroportuária mais baixa da região. Na média, de 40% a 60% do valor que as pessoas pagam corresponde à tarifa. Em um voo entre Argentina e Brasil, o passageiro paga US$ 15 de taxa no Brasil e US$ 75 na Argentina — é US$ 90. É muito. Espero que outros países sigam o exemplo do Brasil”, completou o executivo.

Atualmente, a JetSmart mantém seis rodas saindo do Brasil, para Argentina, Chile e Peru. Recentemente, lançou os trajetos de Buenos Aires para Curitiba e Porto Alegre, além das antigas para São Paulo, Rio de Janeiro e Florianópolis.