Embraer (EMBR3) soma recorde de quase US$ 30 bilhões em carteira de pedidos no 2T25

Fabricante brasileira de aeronaves bate máxima histórica antes de possível tarifaço de Trump.

Author
Publicado em 21/07/2025 às 19:28h - Atualizado 7 horas atrás Publicado em 21/07/2025 às 19:28h Atualizado 7 horas atrás por Lucas Simões
EMBR3 é uma das ações mais vulneráveis às tarifas de 50% contra o Brasil (Imagem: Divulgação)

A Embraer (EMBR3) reportou baita recorde, antes de ser duramente atingida com o eventual tarifaço de Donald Trump contra o Brasil, dado que sua carteira de pedidos de aeronaves totalizou US$ 29,7 bilhões no segundo trimestre do ano (2T25), conforme comunicado ao mercado nesta segunda-feira (21).

Com a entrega de 61 aeronaves no período, a empresa aumentou o seu resultado em 30% frente ao mesmo trimestre em 2024, quando foram entregues 47 aviões, e mais que o dobro do número registrado no início deste ano, com 30 aeronaves. Dados do Investidor10 mostram que 53% das receitas da EMBR3 são provenientes da América do Norte, sobretudo os Estados Unidos.

No destaque, os negócios da companhia brasileira em aviação comercial sozinhos teriam rendido US$ 13,1 bilhões no trimestre, a maior carteira de pedidos nos últimos oito anos. O valor representa um crescimento de 31% em relação aos três primeiros meses de 2025 e de 16% na comparação anual.

Além do forte desempenho em vendas, a unidade de negócios celebrou o marco de 1 mil unidades vendidas do avião modelo E175 desde seu lançamento em 2005.

Durante o trimestre, a Embraer recebeu um pedido firme da SkyWest para 60 aeronaves modelo E175, com direitos de compra para mais 50 unidades, destaca a administração da Embraer no comunicado.

"No mesmo período, a Scandinavian Airlines (SAS) firmou um acordo para a aquisição de 45 aeronaves E195-E2, com direitos de compra para mais 10 unidades – o maior pedido de jatos feito pela SAS diretamente a um fabricante nos últimos 30 anos. O índice de pedidos para vendas da divisão foi de 1,8 vez nos últimos 12 meses", aponta o documento.

A Aviação Comercial permitiu à Embraer entregar 19 novas aeronaves, exatamente em linha com o número de aviões entregues há um ano. No primeiro semestre de 2025, as entregas totalizaram 26 aeronaves, o equivalente a 32% do ponto médio da estimativa anual de 2025 (entre 77 e 85) – 3 pontos percentuais abaixo da média de 35% registrada para o período nos últimos cinco anos.

Leia mais: Embraer (EMBR3) sofre impacto de pandemia com tarifas de Trump, avalia CEO

Embraer decola antes de turbulência Trump

No último dia 15 de julho, o presidente da EMBR3, Francisco Gomes Neto, chegou a dizer que a imposição do tarifaço de Trump contra as exportações brasileiras aos EUA teria o impacto financeiro na empresa semelhante ao deixado pela pandemia de Covid-19, na faixa de R$ 20 bilhões.

Isso porque a Embraer estaria operando praticamente sob um "embargo", nas palavras do CEO, já que sem a viabilidade dos clientes americanos, a companhia não teria mercado adequado para absorver sua produção de aviões comerciais e jatos executivos.

Enquanto isso, a Aviação Executiva garantiu uma carteira de pedidos de US$ 7,4 bilhões à Embraer no 2T25, alta de 62% em relação ao mesmo período do ano anterior, mas com leve queda de 2% em relação ao trimestre anterior.

As entregas somaram 38 jatinhos executivos no período, 41% superior aos 27 jatos entregues há um ano. No primeiro semestre de 2025, as entregas totalizaram 61 aeronaves, o equivalente a 41% do ponto médio da estimativa anual de 2025 (entre 145 e 155).

No segmento de Defesa & Segurança, a carteira de pedidos encerrou o 2T25 em US$ 4,3 bilhões, 3% acima do trimestre anterior e o dobro do valor registrado há um ano. A unidade de negócios entregou quatro aeronaves modelos A-29 Super Tucano para a Força Aérea Paraguaia no período.

Já a divisão de Serviços & Suporte rendeu à Embraer uma carteira de pedidos de US$ 4,9 bilhões – uma alta relevante de 55% em relação ao ano anterior e um crescimento de 5% em relação ao trimestre anterior, impulsionados por diversos contratos firmados durante o 2T25.

Segundo dados do Investidor10, se você tivesse investido R$ 1 mil em EMBR3 há cinco anos, hoje você teria R$ 8.042,00, já considerando o reinvestimento dos dividendos. A simulação também aponta que o Ibovespa teria retornado R$ 1.285,60 nas mesmas condições.