Embraer (EMBJ3) avalia rever aporte bilionário nos EUA por causa de tarifas

A companhia cogita investir mais US$ 500 milhões, caso o cargueiro KC-390 seja selecionado pela Força Aérea dos EUA.

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Publicado em 27/11/2025 às 16:28h - Atualizado 11 horas atrás Publicado em 27/11/2025 às 16:28h Atualizado 11 horas atrás por Matheus Silva
A fabricante havia revelado um plano de investimento de R$ 376 milhões em sua planta no Texas (Imagem: Shutterstock)
A fabricante havia revelado um plano de investimento de R$ 376 milhões em sua planta no Texas (Imagem: Shutterstock)

🚨 A Embraer (EMBJ3) está reavaliando seus planos de expansão nos Estados Unidos, diante das tarifas de importação aplicadas pelo país ao setor aeronáutico brasileiro.

Segundo o diretor financeiro da companhia, Antonio Garcia, se o cenário tarifário não for revertido, os investimentos previstos para as operações norte-americanas poderão ser reavaliados.

“Os investimentos anunciados recentemente já haviam sido decididos antes do anúncio das tarifas. Mas, se nada mudar, provavelmente iremos rever esses aportes”, declarou Garcia, durante cerimônia de premiação do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças de São Paulo (IBEF-SP), onde foi homenageado como “CFO do ano”.

Aportes bilionários sob risco

A fabricante havia revelado, em outubro, um plano de investimento de R$ 376 milhões em sua planta no Texas, parte de um pacote mais amplo de US$ 500 milhões distribuídos ao longo dos próximos cinco anos, anunciado em setembro.

Além do Texas, outra unidade da companhia em Melbourne, na Flórida, também está no radar para receber novos aportes.

A Embraer ainda deixou aberta a possibilidade de investir mais US$ 500 milhões, caso o cargueiro KC-390 seja selecionado pela Força Aérea dos Estados Unidos.

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Tarifas preocupam e afetam competitividade

A tensão teve início em abril, quando os EUA anunciaram tarifas de 10% sobre diversos produtos brasileiros, incluindo aeronaves. O percentual chegou a 50% em julho, voltando ao patamar de 10% poucos dias depois.

Segundo Garcia, o impacto direto não foi devastador, mas a competitividade da companhia tem sido afetada:

“O nosso braço de aviação regional tem como principal mercado os Estados Unidos. E quem paga a tarifa é o cliente final. Nós estamos perdendo competitividade. Todos nossos concorrentes já voltaram para a tarifa zero.”

Apesar do esforço para conter internamente os efeitos, o CFO admitiu que o cenário tarifário permanece um incômodo relevante, e que a empresa poderá rever sua política de investimentos caso não haja mudanças.

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Relacionamento bilateral e gestão de riscos

O executivo também destacou o esforço diplomático feito pelo CEO da Embraer, que mantém diálogo com autoridades dos dois países na tentativa de influenciar uma resolução positiva. Ao mesmo tempo, a gestão financeira da empresa tem buscado mitigar os impactos no curto prazo.

“Deu resultado, mas ainda é um incômodo”, afirmou Garcia, reforçando que o cenário internacional segue volátil.

Durante o evento do IBEF-SP, Garcia comentou ainda sobre os desafios enfrentados pelos CFOs no atual ambiente global:

“Todos os CFOs tiveram de lidar com um ambiente marcado por alta volatilidade, sobretudo nas relações e no comércio internacional. As mudanças bruscas exigiram atenção redobrada à gestão de riscos.”

✈️ Para 2026, a expectativa do executivo é de que a volatilidade continue presente, exigindo ainda mais prudência nas decisões estratégicas e financeiras.