Em alta: ETFs vão receber investimento de até R$ 1 bilhão do BNDES

Para o BNDES, ETFs oferecem vantagens em relação aos fundos de investimento tradicionais.

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Publicado em 29/10/2025 às 13:49h - Atualizado 3 minutos atrás Publicado em 29/10/2025 às 13:49h Atualizado 3 minutos atrás por Marina Barbosa
BNDES vai investir em até 5 ETFs de ações, renda fixa ou híbridos (Imagem: Shutterstock)
BNDES vai investir em até 5 ETFs de ações, renda fixa ou híbridos (Imagem: Shutterstock)

Os ETFs, fundos de índices negociados na bolsa de valores, têm atraído cada vez mais investidores no Brasil. Tanto que chamaram a atenção até do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

💰 O banco público anunciou nesta quarta-feira (29) a intenção de investir até R$ 1 bilhão em ETFs, dentro da sua estratégia de retomar os investimentos em renda variável e, assim, fortalecer o mercado de capitais brasileiro, por meio do BNDESPAR (BNDES Participações).

O BNDES já investe em ações, debêntures e fundos de investimentos e decidiu apostar em ETFs por entender que os fundos de índices "oferecem vantagens em relação aos fundos de investimento tradicionais".

Veja as vantagens citadas pelos BNDES:

  • "São mais simples, ao proporcionar a diversificação de uma cesta de ativos por meio de um único investimento, e menos onerosos, em razão da gestão passiva, ligada a um índice";
  • "Também oferecem maior liquidez que as cotas de fundos de investimentos tradicionais, já que suas cotas são negociadas diariamente na bolsa, sem a necessidade de prazos longos de resgate";
  • "A transparência é outro diferencial, pois tanto a metodologia para a formação do índice de referência quanto a composição do fundo são estabelecidos por parâmetros objetivos, regulamentados e podem ser consultados a qualquer momento por qualquer interessado".

O BNDES notou, no entanto, que, apesar desses diferenciais e do crescimento observado nos últimos meses, "os ETFs ainda não têm no Brasil a mesma difusão observada em mercados mais desenvolvidos". Por isso, espera contribuir com o fortalecimento desse mercado a partir do novo investimento.

🏦 "Com esta iniciativa, o BNDES reforça o reconhecimento da importância dos ETFs como instrumentos de investimento, com grande potencial de crescimento no Brasil", afirmou o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. 

Segundo ele, "é tarefa de um banco público apoiar o fortalecimento e a democratização do mercado de capitais, contribuindo para impulsionar a reindustrialização e a inovação, que são prioridades do governo do presidente Lula".

O BNDES lembrou, contudo, que este não será o seu primeiro investimento em ETFs. O banco participou da criação do PIBB11, o primeiro fundo de índice brasileiro, em 2004, e do ECOO11, vinculado ao ICO2 (Índice Carbono Eficiente), em 2012. Além disso, investiu no ETF de diversidade DVER11 em 2024.

A indústria de ETFs no Brasil

📈 Segundo dados da B3, havia R$ 69 bilhões investidos em ETFs no Brasil no final de setembro. O patrimônio dessa indústria disparou 40,5% em 12 meses, devido sobretudo à atração de novos investidores.

Ainda de acordo com a bolsa, os ETFs contavam com cerca de 841 mil investidores no Brasil no final de setembro e a maior parte disso era de pessoas físicas: 666,5 mil.

Os ETFs mais populares no Brasil são os internacionais, de renda variável e fixa, mas também há ETFs nacionais e de criptomoedas disponíveis na B3. 

Na prática, os ETFs permitem que os investidores acompanhem de forma simples o desempenho de índices, como o Ibovespa, o S&P 500 ou índices setoriais, de renda fixa, commodities e criptomoedas. Afinal, ao invés de comprar todos os ativos desses índices, basta comprar a cota do ETF para garantir essa exposição na carteira.

Quais ETFs vão receber o aporte?

O BNDES vai distribuir o investimento em até cinco ETFs de ações, renda fixa ou híbridos

📊 A ideia é investir até R$ 200 milhões em cada fundo ao longo de 2026, somando até R$ 1 bilhão. 

O valor de cada aporte pode variar, pois o banco pretende manter uma participação máxima de até 50% no patrimônio dos fundos investidos.

Os fundos serão selecionados por meio de uma chamada pública, aberta nesta quinta-feira (29).

Os interesses em receber o aporte podem enviar suas propostas para o BNDES até 5 de dezembro. O banco vai avaliar as propostas considerando os seguintes critérios:

  • Equipe do fundo e avaliação do gestor;
  • Benefícios e importância do investimento;
  • Estratégia e governança;
  • Estrutura de custos.

O resultado da seleção será divulgado até março de 2026, para que os investimentos sejam realizados ao longo do próximo ano.