Dólar dispara e volta a R$ 5,90: entenda os fatores por trás da alta

No início do pregão, o dólar comercial registrava alta de 0,75%, sendo cotado a R$ 5,909 para compra e R$ 5,910 para venda.

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Publicado em 30/01/2025 às 11:39h - Atualizado 3 minutos atrás Publicado em 30/01/2025 às 11:39h Atualizado 3 minutos atrás por Matheus Rodrigues
Na reunião de quarta-feira (29), o Copom decidiu manter sua política de aperto monetário (Imagem: Shutterstock)

🚨 O dólar voltou a operar acima dos R$ 5,90 nesta quinta-feira (30), refletindo uma combinação de fatores internos e externos que estão influenciando a moeda norte-americana.

Mesmo com a manutenção da taxa Selic em patamar elevado, o mercado segue apreensivo diante das sinalizações do Comitê de Política Monetária (Copom) e das movimentações do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos.

No início do pregão, o dólar comercial registrava alta de 0,75%, sendo cotado a R$ 5,909 para compra e R$ 5,910 para venda. O dólar turismo, utilizado para aquisição de moeda física, operava em R$ 5,962 na compra e R$ 6,142 na venda.

Decisão do Copom e impactos no mercado

Na reunião de quarta-feira (29), o Copom decidiu manter sua política de aperto monetário, elevando a taxa básica de juros para 13,25% ao ano.

O comunicado do Banco Central, no entanto, deixou em aberto os passos futuros, sem sinalização clara sobre até onde a Selic pode ir.

Esse tom cauteloso gerou incerteza no mercado, levando alguns analistas a projetarem que a Selic final pode ser mais baixa do que o esperado.

"O comunicado do Copom foi firme, mas não deu garantia de que a nova gestão do Banco Central será tão agressiva quanto a anterior. Isso gerou dúvidas sobre o compromisso de convergência da inflação", afirmou Eduardo Moutinho, analista do Ebury Bank.

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Influência do Federal Reserve

A postura do Fed também tem impactado a valorização do dólar. Na última decisão, o banco central dos EUA manteve os juros inalterados, reforçando a ideia de que não há pressa em flexibilizar sua política monetária.

Segundo o chair Jerome Powell, "a política de juros está bem-posicionada para os desafios atuais".

Isso significa que os juros elevados nos EUA continuarão atraindo investimentos estrangeiros, fortalecendo o dólar globalmente.

A possibilidade de Donald Trump retomar o governo também gera preocupação, uma vez que suas promessas econômicas são vistas como inflacionárias, o que poderia prolongar a política de juros altos.

Reflexos no Brasil

A valorização do dólar tem impacto direto sobre a inflação brasileira, uma vez que encarece produtos importados, combustíveis e insumos industriais.

Além disso, a incerteza fiscal no Brasil segue como um fator de pressão sobre a moeda.

"O Fed manteve os juros altos por mais tempo do que o esperado, o que aumenta o diferencial de taxas entre Brasil e EUA, tornando o mercado norte-americano mais atrativo para investidores estrangeiros", explicou Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos.

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Cenário volátil pela frente

O mercado cambial deve continuar instável nos próximos dias, uma vez que investidores estão atentos a novos dados econômicos e ao posicionamento das autoridades monetárias no Brasil e nos EUA.

A sessão desta quinta-feira, por exemplo, promete ser marcada por alta volatilidade, com operações sendo influenciadas pelo fluxo global de investimentos e pela expectativa em torno da próxima decisão do Copom.

📊 Com tantas variáveis em jogo, a oscilação do dólar seguirá sendo um ponto de atenção para investidores e empresas que dependem do câmbio para suas operações.