Depois de quebrar jejum, BRF pode anunciar novos proventos nos próximos meses

Empresa depende de estratégia da Marfrig para aprovação distribuição, mas corretoras estão otimistas

Author
Publicado em 16/11/2024 às 13:14h - Atualizado 2 minutos atrás Publicado em 16/11/2024 às 13:14h Atualizado 2 minutos atrás por Wesley Santana
Mercato Sadia é um dos novos negócios da BRF (Imagem: Shutterstock)

Depois de passar quase oito anos sem pagar JCP (Juros sobre Capital Próprio) aos acionistas, nesta semana, a BRF (BRFS3) decidiu liberar R$ 946 milhões. O montante, que equivale a R$ 0,57 por ação, foi uma boa notícia a quem aguardava por um aceno da companhia para uma maior divisão de lucro.

🍖 Ao que tudo indica, o jejum de JCP parece ter ficado no passado, com a empresa já planejando novos pagamentos nos próximos meses. Os planos foram adiantados pela gestão da companhia, durante a teleconferência feita após o balanço financeiro do terceiro trimestre.

“A estratégia de priorização passa por uma decisão do controlador [a Marfrig] e da sua estratégia”, destacou o CFO, Fábio Mariano. “O que temos feitos é trabalhar no dia a dia para que a empresa tenha condições de fazer as suas escolhas. Existe espaço para crescer e retribuir ao acionista”, pontuou.

No terceiro trimestre, a BRF reportou um lucro líquido de R$ 1,13 bilhão, revertendo o prejuízo registrado um ano antes. A receita líquida operacional foi de R$ 15,5 bilhões no período, o que abriu margem para o número positivo.

🐔 Leia mais: BRF (BRFS3) lucra R$ 1,1 bilhão no 3T24 e pagará JCP de R$ 0,57 por ação

Movimento de alta

As ações da BRF fecharam o pregão da última quinta-feira (14) cotadas em R$ 24,95, de acordo com dados da B3. Desde o começo do ano, a companhia viu seus ativos cresceram mais de 80%, alcançando um valor de mercado acima de R$ 40 bilhões.

O BTG Pactual divulgou um relatório sobre o balanço da companhia e ressaltou que alguns indicadores vieram acima do consenso dos analistas. O banco ressaltou a margem Ebitda ajustada do frigorífico que chegou a 19,1%, um índice recorde.

“Isso permitiu que a BRF anunciasse a distribuição de juros sobre capital próprio, o primeiro de 2016, juntamente com um novo programa de recompra de ações. Esperamos que venha mais quando o resultado do ano fiscal for divulgado”, escreveram os analistas.

A XP Investimentos seguiu na mesma linha dizendo que foi “um trimestre para celebrar”. Os analistas também se mostraram otimistas com os números e disseram que esperam uma nova distribuição de lucros.

“A ação de preço de amanhã é complicada, pois a BRF teve um desempenho inferior aos pares. Se as ações apresentarem um desempenho negativo, achamos que isso pode representar uma oportunidade de Compra”, escreveram Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak.