💰 Os Correios voltaram ao centro das atenções do mercado financeiro nesta quarta-feira (15). A estatal busca fôlego e anunciou que está negociando com bancos para uma tomada de empréstimo de R$ 20 bilhões para equilibrar as contas. A medida anunciada pelo presidente Emmanoel Schmidt Rondon faz parte da reestruturação financeira da companhia.
“A gente precisa recuperar a liquidez da empresa para que a gente possa, por exemplo, ter capacidade de pagar o PDV (Plano de Demissão Voluntária). Estamos fazendo uma operação com bancos para a realizar uma operação de tomada de recursos”, afirmou o presidente.
Queda no Ibovespa
💸 O movimento, no entanto, já acendeu o alerta entre os bancos brasileiros e a reação veio rápido. As ações do
Banco do Brasil (BBAS3) recuaram quase 2%, cotadas a R$ 20,34, figurando entre as maiores baixas do Ibovespa às 15h55, horário de Brasília.
A queda refletiu o desconforto dos investidores com o aumento da exposição financeira do setor público, mas não parou por aí. A maior parte dos principais bancos brasileiros negociados na B3 também seguiu o ritmo negativo e recuou, com exceção do
Bradesco (BBDC4) e do
Santander (SANB11), que subiam 1,34% e 1,17%, respectivamente. Veja quem mais caiu:
O que está acontecendo e o que mais anunciou a estatal?
Os Correios enfrentam um cenário financeiro delicado. Em setembro, a estatal reportou um prejuízo de R$ 4,3 bilhões no primeiro semestre de 2025, mais que o triplo do resultado negativo de R$ 1,3 bilhão registrado no mesmo período de 2024. No ano passado, a empresa precisou usar R$ 2,9 bilhões do caixa e de aplicações financeiras.
Na antiga gestão, a empresa contratou um empréstimo de R$ 1,8 bilhão para cobrir o déficit do fluxo de caixa operacional. Com isso, a falta de liquidez levou a atrasos em pagamentos e repasses. Desde abril, transportadoras parceiras reduziram operações ou pararam completamente.
🤑 “O que aconteceu de fato aqui, é que a nossa empresa não se adaptou de uma forma ágil a uma nova realidade e essa falta de adaptação fez com que a gente sofresse no resultado, com falta de caixa”, afirmou o presidente da empresa.
Além disso, os Correios atrasaram repasses às agências conveniadas e ao plano de saúde dos funcionários. Com isso, nesta quarta-feira (15), a empresa anunciou a primeira fase do plano de reestruturação operacional e financeira que contém três grupos de medidas:
- Corte de despesas operacionais e administrativas;
- Busca pela diversificação de receitas, com recuperação da capacidade de geração de caixa;
- Recuperação da liquidez da empresa, de modo a retomar sua competitividade e a garantir estabilidade na relação dos Correios com empregadas e empregados, clientes e fornecedores.
“Estamos optando por uma operação que os Correios conseguem suportar, à luz dos resultados que esse pacote de reestruturação vai começar a produzir, com técnica e responsabilidade. O setor postal enfrenta desafios no mundo inteiro, mas o caminho é o mesmo em todos os países que conseguiram reagir: gestão e eficiência”, afirmou ainda o presidente da estatal.