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O Copom (Comitê de Política Monetária) manteve a taxa básica de juros da economia brasileira, a taxa Selic, em 10,50% ao ano nesta quarta-feira (31). A decisão era esperada pelo mercado e foi unânime.
🏦 A taxa Selic está nesse patamar desde maio, quando o Copom anunciou o último dos sete cortes de juros realizados entre 2023 e 2024. Em junho, o comitê decidiu interromper os cortes devido a incertezas como a alta das expectativas de inflação e o cenário externo desafiador.
Nesta quarta-feira (31), o Copom manteve a Selic em 10,50% mais uma vez, destacando que "o cenário global incerto e o cenário doméstico marcado por resiliência na atividade, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas demandam acompanhamento diligente e ainda maior cautela".
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"A conjuntura atual, caracterizada por um estágio do processo desinflacionário que tende a ser mais lento, ampliação da desancoragem das expectativas de inflação e um cenário global desafiador, demanda serenidade e moderação na condução da política monetária", afirmou.
💲 O Copom avalia, então, que "a política monetária deve se manter contracionista por tempo suficiente em patamar que consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno da meta".
Segundo o Boletim Focus, o mercado projeta um IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de 4,10% em 2024 e de 3,96% em 2025. A meta de inflação perseguida pelo Banco Central, contudo, é de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,50% a 4,50%.
Ainda de acordo com o Focus, o mercado espera que a Selic siga em 10,50% até o final deste ano e caia para 9,5% em 2025.
Nas últimas semanas, no entanto, alguns analistas cogitaram uma alta dos juros, por causa de riscos como a subida do dólar. A moeda disparou nos últimos meses diante da percepção do mercado de que o governo brasileiro pode não cumprir as metas fiscais deste ano, ameaçando a inflação.
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No comunicado desta quarta-feira (31), o Copom citou o risco de que políticas econômicas tenham impacto inflacionário por meio de uma "taxa de câmbio persistentemente mais depreciada" e mencionou especificamente a questão fiscal.
O comitê notou que "a percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal, junto com outros fatores, tem impactado os preços de ativos e as expectativas".
Por isso, reafirmou que "uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária".
Para o comitê, "impactos inflacionários decorrentes dos movimentos das variáveis de mercado e das expectativas de inflação, caso esses se mostrem persistentes, corroboram a necessidade de maior vigilância".
E enfatizou: "As conjunturas doméstica e internacional exigem ainda maior cautela na condução da política monetária".
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