Como o hidrogênio verde pode impulsionar empresas na bolsa de valores brasileira?

Duas gigantes com ações listadas na B3 já estão posicionadas para lucrar com a transição energética.

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Publicado em 27/09/2025 às 15:23h - Atualizado 11 horas atrás Publicado em 27/09/2025 às 15:23h Atualizado 11 horas atrás por Lucas Simões
PETR4 e WEGE3 já investiram quase R$ 100 milhões no hidrogênio verde (Imagem: Shutterstock)
PETR4 e WEGE3 já investiram quase R$ 100 milhões no hidrogênio verde (Imagem: Shutterstock)
O hidrogênio verde promete colocar o Brasil em uma posição chave rumo à transição energética no mundo, uma vez que aqui conseguimos gerar essa commodity a partir de energias renováveis. E já temos empresas listadas na bolsa de valores brasileira que devem colher os frutos de investimentos no setor em 2026.
Quando pensamos em Petrobras (PETR4), a narrativa predominante é a exploração de petróleo em águas profundas na Margem Equatorial, enquanto a WEG (WEGE3) concentra esforços em ampliar sua capacidade produtiva nos Estados Unidos, como forma de escapar do tarifaço de Donald Trump. Mas muitos se esquecem de que essas duas companhias apostam no hidrogênio verde.
Ainda em 2024, a estatal anunciou uma parceria com a fabricante de motores elétricos que resultou em um investimento de quase R$ 100 milhões em um projeto-piloto para produção de hidrogênio renovável, a partir da Usina Termelétrica do Vale do Açu, em Alto Rodrigues, no Rio Grande do Norte. Os frutos já começam a render no primeiro trimestre de 2026.
No caso, o projeto das companhias prevê que o hidrogênio verde será gerado por meio de eletrólise da água, utilizando energia solar como fonte primária e terá diversas aplicações, incluindo a geração de energia e a realização de estudos sobre a adição de hidrogênio ao gás natural. Essa abordagem alinha-se com as metas globais de transição energética e descarbonização da petroleira.
E não é de se admirar que PETR4 e WEGE3 tenham escolhido o Nordeste brasileiro para iniciar a empreitada. Afinal de contas, é nessa região que se concentram os principais projetos de hidrogênio verde no país, com destaque para o Complexo de Pecém, no Ceará, além do Porto de Suape, em Pernambuco.

Corrida pelo hidrogênio verde

Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde (ABIHV), são cinco projetos vinculados ao grupo que têm maior potencial econômico. Eles são liderados pelas empresas Fortescue, Casa dos Ventos, Atlas Agro, Voltalia e European Energy. Incluem produção de fertilizantes nitrogenados, amônia e metanol.
Só em 2026, a expectativa é de R$ 63 bilhões de investimentos para o início dos projetos. O hidrogênio obtido pode ser transformado em combustível para aviões, embarcações e caminhões; para produção de amônia (NH3), principal matéria-prima de fertilizantes nitrogenados usados no agronegócio; além da fabricação do aço.
Estimativas da Hydrogen Council, consórcio de multinacionais interessadas na expansão do hidrogênio, apontam que a demanda global por hidrogênio deve aumentar cinco vezes até 2050. Em todo o mundo, o cálculo é de mais de 1.500 iniciativas de hidrogênio limpo em andamento, crescimento de sete vezes em três anos.

Dos investimentos anunciados, a América Latina é a que concentra o segundo maior volume: US$ 107 bilhões. E, nesse ponto, o fato de o Brasil se destacar pelo uso de energias renováveis aumenta as expectativas do setor sobre a produção do hidrogênio verde.