Com apoio do exterior, Ibovespa sobe e dólar cai; VALE3 brilha e PETR4 recua

O dólar recuou 1,17% e fechou a R$ 5,40, refletindo tanto o apetite por risco no exterior quanto fluxo estrangeiro para ações e commodities.

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Publicado em 11/12/2025 às 18:36h - Atualizado 9 horas atrás Publicado em 11/12/2025 às 18:36h Atualizado 9 horas atrás por Matheus Silva
O principal índice da Bolsa brasileira avançou 0,07%, encerrando o dia aos 159.189 pontos (Imagem: Shutterstock)
O principal índice da Bolsa brasileira avançou 0,07%, encerrando o dia aos 159.189 pontos (Imagem: Shutterstock)

🚨 O Ibovespa (IBOV) oscilou durante boa parte da sessão desta quinta-feira (11), mas firmou alta no fim do pregão acompanhando o rali de Wall Street, que renovou recordes históricos após o corte de juros nos Estados Unidos. 

O principal índice da Bolsa brasileira avançou 0,07%, encerrando o dia aos 159.189,10 pontos.

O dólar à vista recuou 1,17% e fechou a R$ 5,40, refletindo tanto o apetite por risco no exterior quanto fluxo estrangeiro para ações e commodities.

No Brasil, porém, o noticiário político continuou a adicionar volatilidade. Ainda repercute a movimentação de Flávio Bolsonaro (PL-RJ), que reafirmou nesta tarde que só desistirá da pré-candidatura à Presidência caso seu pai, Jair Bolsonaro — inelegível e preso por tentativa de golpe — possa concorrer. “Ou seja, não há preço”, disse ao podcast Irmãos Dias.

Também nesta tarde, o Planalto confirmou oficialmente um telefonema entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolás Maduro, ocorrido no dia 2. 

A conversa, segundo nota oficial, tratou de temas regionais e do esforço de pacificação na América do Sul e no Caribe. Lula ainda mencionou seu diálogo recente com Donald Trump, afirmando ter se colocado como mediador para evitar conflitos na América Latina.

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) também seguiu no radar. Na quarta-feira (10), o BC manteve a Selic em 15% ao ano pela quarta vez consecutiva, em unanimidade. 

O comunicado reforçou que a estratégia de manter juros elevados por período “bastante prolongado” segue adequada para garantir a convergência da inflação à meta e sinalizou que o colegiado continua vigilante, podendo retomar o ciclo de alta se necessário.

Altas e quedas do Ibovespa

Entre as ações mais negociadas, a Vale (VALE3) liderou o fluxo comprador e subiu quase 2%, mesmo diante da fraqueza do minério de ferro. Os papéis atingiram R$ 72, o maior valor desde fevereiro de 2023, beneficiados pela entrada de capital estrangeiro.

O movimento também sustentou os bancos, enquanto Petrobras (PETR4) recuou cerca de 2%, acompanhando a queda do petróleo Brent. O contrato para fevereiro de 2026 terminou em baixa de 1,47%, a US$ 57,60 na ICE, em Londres.

Na ponta positiva do índice, Hapvida (HAPV3) avançou mais de 3% em movimento de recuperação, embora ainda acumule perdas de 58% em 2025, o segundo pior desempenho do Ibovespa no ano.

A maior queda do dia foi da Suzano (SUZB3), com recuo superior a 4% após o Investor Day. A companhia reduziu projeções de capex para 2026, agora estimado em R$ 10,9 bilhões, 18% abaixo de 2025. 

Para o Itaú BBA, as atualizações foram em linha com o esperado, mas não animaram os investidores no curto prazo.

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Exterior

Em Wall Street, o otimismo seguiu após o terceiro corte consecutivo de juros pelo Federal Reserve. O Fomc reduziu a taxa para o intervalo de 3,50% a 3,75% ao ano, em decisão alinhada às expectativas, mas novamente com dissidência.

Miran defendeu corte maior de 0,50 ponto, enquanto Goolsbee e Schmid preferiram manter os juros. A divergência resultou no maior desacordo interno desde 2019.

Entre os destaques corporativos, as ações da Oracle (ORCL) desabaram mais de 15% com previsões mais fracas e despesas de capital crescentes, alimentando temores de que os investimentos em IA demorem mais a gerar retorno. O movimento desencadeou uma venda generalizada de papéis de tecnologia.

Fechamento dos índices

  • Dow Jones: +1,34% (48.704,01 pontos — recorde histórico)
  • S&P 500: +0,21% (6.901,00 pontos — recorde histórico)
  • Nasdaq: -0,26% (23.593,85 pontos)

Na Europa, os mercados subiram após o corte de juros nos EUA. O Stoxx 600 encerrou com alta de 0,55%, a 581,34 pontos.

📊 Na Ásia, o tom foi negativo, o Nikkei caiu 0,90%, a 50.148,82 pontos, e o Hang Seng recuou 0,04%, a 25.530,51 pontos.