Clientes do Nubank (ROXO34) ameaçam cancelar contas; entenda

Os comentários surgem depois de um post de Cristina Junqueira, cofundadora do banco digital.

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Publicado em 19/06/2024 às 09:40h - Atualizado 3 meses atrás Publicado em 19/06/2024 às 09:40h Atualizado 3 meses atrás por Elanny Vlaxio
O Nubank ainda se pronunciou publicamente sobre o assunto (Shutterstock)

Diversos usuários do Nubank (ROXO34), que se identificaram como clientes do banco digital, manifestaram nas redes sociais, principalmente no X (antigo Twitter) e no Instagram, a intenção de cancelar suas contas. A reação negativa se deve a um post feito por Cristina Junqueira, co-fundadora do Nubank, em seu perfil no Instagram.

📉 No post em questão, Cristina Junqueira divulgava um evento promovido pela produtora Brasil Paralelo, conhecida por suas posições políticas conservadoras e frequentemente criticada por disseminar desinformação. A co-fundadora do Nubank agradeceu o convite e marcou os perfis da Brasil Paralelo e do palestrante Jordan Peterson, figura com as mesmas opiniões de Junqueira.

A publicação de Junqueira gerou grande repercussão nas redes sociais, com diversas críticas ao seu posicionamento político e questionamentos sobre a postura do Nubank em relação às visões expressas pela cofundadora.

🗣️ "Não adianta videozinho descolado, banco que se associa com Brasil Paralelo merece nada, NADINHA. Aguardando um pronunciamento, me sinto frustrada de ter investimento nesse banco", comentou uma usuária em post de um vídeo no Instagram do banco.

Em outro comentário no mesmo post, um usuário disse: "Sou cliente do banco desde 2016. Mas se associar com Brasil Paralelo? Pqp! Tô fora. Alguém tem indicação de outro banco digital?", afirmou. "Chega de nubank. Vou cancelar meu credito. Se associar ao Brasil Paralelo é inadmissível pra qualquer empresa", comentou mais um dos usuários da plataforma.

No Twitter, internautas resgataram um antigo vídeo de Junqueira durante participação no programa Roda Viva da TV Cultura. Na ocasião, Junqueira foi questionada sobre a falta de representatividade negra em cargos de liderança da fintech. Em sua resposta, a executiva afirmou que a empresa não "podia nivelar por baixo" os critérios de contratação, gerando críticas e debates acalorados.

Entenda o que aconteceu

💬 O incidente ocorre cerca de uma semana depois do site Intercept Brasil relatar que o Nubank empregou por quase dois anos um engenheiro de software identificado como um dos fundadores de um fórum conhecido por disseminar crimes de ódio, pornografia infantil e antissemitismo.

O ex-funcionário, Konrad Scorciapino, agora faz parte da plataforma Brasil Paralelo onde atua como diretor de tecnologia da produtora. Segundo a reportagem, o Nubank "decidiu mante-lô em seus quadros como também agiu intensamente para abagar a situação". Em 2016, Scorciapino foi convidado para palestrar em um evento da APyB (Associação Python Brasil).

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Ele representava o Nubank, onde ocupava o cargo de engenheiro sênior de software, e estava programado para falar sobre uma linguagem de programação na qual era especialista. No entanto, membros da APyB levantaram preocupações sobre suas interações com publicações xenofóbicas no Twittter.

A controvérsia foi desencadeada por um tweet dele que dizia: "A Dinamarca tem um problema de estupro. O problema do estupro é causado por diversidade. #DiversidadeÉEstupro". Após a repercussão, a APyB disse que estava acompanhando as discussões e logo depois anunciou a exclusão de Konrad do grupo de palestrantes. Hoje, a conta de Scorciapino identificada como "@WhiteWizaard" é suspensa no X.

Nubank afirma não patrocinar nem endossar os conteúdos da organização

Em resposta às ameaças de cancelamento de contas por parte de usuários, o Nubank se pronunciou oficialmente nesta quarta-feira (19). Em comunicado, o banco esclareceu que Junqueira não tem vínculo com os organizadores do evento da Brasil Paralelo. O banco reiterou sua postura apartidária e afirmou não patrocinar nem endossar os conteúdos da organização.

O comunicado também destacou que o Nubank mantém um código de conduta com um padrão ético rigoroso, não tolerando atividades ilícitas, discriminatórias ou abusivas. Além disso, o banco comentou sobre a reportagem do Intercept Brasil e disse que não irá divulgar informações pessoais ou profissionais em "respeito à proteção de direitos de funcionários ou ex-funcionários".