💸 A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) começou o julgamento de dois ex-diretores do
IRB (IRBR3), centrado na divulgação de informações falsas, incluindo um rumor de que a
Berkshire Hathaway (BERK34), empresa de Warren Buffett, teria uma participação relevante no ressegurador.
Infrações
O processo envolve o ex-diretor-presidente José Carlos Cardoso e o ex-vice-presidente executivo financeiro e de relações com investidores Fernando Passos. Entre as infrações estão:
- A inobservância de limites para recompra de ações;
- A divulgação seletiva de informações confidenciais ou relevantes;
- A publicação de dados incorretos sobre a suposta participação da Berkshire Hathaway;
- A liberalidade em pagamentos a administradores sem a devida autorização em assembleia.
No julgamento em curso, a acusação também aponta que os ex-diretores autorizaram pagamentos a administradores acima do limite de remuneração aprovado em assembleia geral, o que, segundo a área técnica da CVM, caracterizaria um uso indevido de competência que caberia exclusivamente à assembleia.
As defesas dos executivos negam irregularidades, questionando a legitimidade das atas que embasam as acusações e atribuindo as supostas falhas a documentos fraudulentos ou a iniciativas conduzidas por outros envolvidos.
Julgamento suspenso
💰 O julgamento, contudo, foi suspenso após pedido de vista do superintendente de Supervisão de Riscos Estratégicos da autarquia, Luis Felipe Marques Lobianco, que substituiu a diretora Mariana Copola, impedida de participar do caso.
Antes da suspensão, o presidente interino da CVM, Otto Lobo, havia votado pela absolvição dos acusados, enquanto outro diretor anunciou que esperaria o parecer de Lobianco para se manifestar.
Berkshire Hathaway teria “triplicado” sua posição no IRB
O episódio remonta a fevereiro de 2020, quando rumores de que a Berkshire Hathaway teria “triplicado” sua posição no IRB se espalharam pelo mercado, mesmo após a própria holding desmentir publicamente qualquer participação em março daquele ano.
🤑 A disseminação dessas informações veio em meio a questionamentos sobre práticas contábeis da resseguradora, que haviam levado à queda de cerca de 30% no preço das ações. Em dezembro de 2024, a CVM já havia condenado Fernando Passos ao pagamento de multa de R$ 20 milhões por manipulação de mercado.