C&A (CEAB3) rompe com Bradesco (BBDC4) e retoma operação por R$ 650 milhões

O acordo foi encerrado após a empresa decidir retomar o controle total da oferta de produtos financeiros para seus clientes.

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Publicado em 23/06/2025 às 20:55h - Atualizado 7 horas atrás Publicado em 23/06/2025 às 20:55h Atualizado 7 horas atrás por Matheus Silva
Com a operação, a C&A busca fortalecer sua atuação no setor de serviços financeiros (Imagem: Shutterstock)

🚨 A C&A Modas (CEAB3) oficializou nesta segunda-feira (23), o fim de sua parceria com o Banco Bradesco (BBDC4) e a Bradescard, iniciada em 2009.

O acordo, que permitia ao banco explorar com exclusividade os serviços financeiros da varejista, foi encerrado após a empresa decidir retomar o controle total da oferta de produtos financeiros para seus clientes.

Com a operação, a C&A busca fortalecer sua atuação no setor de serviços financeiros, ampliando o controle sobre os dados dos consumidores e a rentabilidade da operação.

Fim da parceria e recompra dos direitos

Segundo fato relevante enviado ao mercado, a C&A firmou um termo de transação e encerramento contratual com o Bradesco e a Bradescard. Como parte do acordo, a varejista realizou duas movimentações financeiras importantes:

  • Recompra de direitos operacionais: pagou R$ 650,6 milhões pela antecipação da quitação da obrigação de recompra dos direitos de exploração exclusiva, que originalmente venceria em julho de 2025.
  • Venda da carteira Bradescard: a empresa também vendeu os direitos da carteira do cartão de crédito bandeirado Bradescard por R$ 170 milhões.

A decisão marca uma mudança estratégica significativa para a C&A, que agora passa a operar sua frente financeira de forma independente.

Essa autonomia permitirá à companhia desenvolver produtos próprios, integrar soluções digitais e explorar novos canais de receita ligados ao consumo e crédito.

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Impacto no mercado

O anúncio foi bem recebido pelos investidores. As ações da C&A encerraram o pregão desta segunda-feira com valorização de 0,77%, cotadas a R$ 17,02.

O movimento reflete a percepção de que a empresa pode capturar maior valor ao integrar o braço financeiro à sua operação principal de varejo.

📊 Com o fim da exclusividade com o Bradesco, a varejista poderá desenvolver parcerias pontuais com fintechs, bancos digitais ou até lançar soluções proprietárias, alinhadas com a tendência do setor de varejo de internalizar serviços financeiros.