Brasil passa a ter o 2º maior juro real do mundo; veja ranking

O Brasil subiu uma posição no ranking, depois que a Selic chegou a 15% nessa 4ª feira.

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Publicado em 19/06/2025 às 12:07h - Atualizado 9 minutos atrás Publicado em 19/06/2025 às 12:07h Atualizado 9 minutos atrás por Marina Barbosa
Juro real brasileiro só não é maior que o da Turquia (Imagem: Shutterstock)

Com a alta da Selic para 15%, o Brasil passou a ter o segundo maior juro real do mundo.

📈 Segundo a consultoria MoneYou, a taxa de juros reais brasileira chegou a 9,53% nessa quarta-feira (18), depois que a Selic subiu de 14,75% para 15% ao ano.

Com isso, o Brasil subiu da terceira para a segunda posição do ranking de maiores juros reais do mundo, superando a Rússia e ficando atrás apenas da Turquia.

O juro real é a taxa de juros depois de descontado o efeito da inflação. Por isso, reflete o rendimento efetivo de um investimento ou o custo real de crédito.

O levantamento da MoneYou considera os juros e a inflação projetada para os próximos 12 meses. A taxa brasileira, por exemplo, é calculada com base nas expectativas de inflação coletadas pelo Boletim Focus e na taxa de juros DI com vencimento em 12 meses.

Veja os 10 maiores juros reais do mundo:

  • Turquia: 14,44%;
  • Brasil: 9,53%;
  • Rússia: 7,63%;
  • Argentina: 6,70%;
  • África do Sul: 5,54%;
  • Indonésia: 4,31%;
  • Filipinas: 4,23%;
  • México: 3,75%;
  • Colômbia: 3,69%;
  • Índia: 2,66%.

Brasil na contramão

A MoneYou comparou a taxa de juros reais de 40 países e observou que o movimento global de políticas de aperto monetário perdeu força entre maio e junho.

📊 Isso porque, nesse período, apenas 2,50% dos países avaliados elevaram suas taxas de juros. Outros 50% deixaram as taxas inalteradas e 47,50% afrouxaram a política monetária.

O Copom (Comitê de Política Monetária), no entanto, decidiu elevar novamente a taxa básica de juros da economia brasileira nessa quarta-feira (18), levando a Selic para 15%, o maior patamar desde julho de 2006.

O comitê argumentou que "o cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho".

Por isso, avaliou ainda que será preciso manter a "política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado" para assegurar a convergência da inflação à meta.

A meta de inflação brasileira é de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%. Contudo, o Copom acredita que a inflação vai subir 4,9% em 2025 e 3,6% em 2026.