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BR Partners (BRBI11) divulgou seus resultados do terceiro trimestre de 2025 com
lucro líquido de R$ 42,2 milhões, o que representa uma queda de 15,8% em relação ao mesmo período de 2024. Na comparação com o segundo trimestre deste ano, o recuo foi de 6,6%. A receita total somou R$ 133,3 milhões, baixa de 15,5% em base anual.
Apesar do desempenho mais fraco, o banco surpreendeu o mercado ao anunciar a
distribuição de R$ 107,1 milhões em dividendos, o equivalente a R$ 1,02 por unit. Desse total, R$ 0,66 correspondem a dividendos extraordinários. O pagamento está agendado para 26 de novembro e eleva o
dividend yield da companhia a 13,9%.
O movimento se antecipa à nova regra de tributação de rendimentos superiores a R$ 50 mil mensais, que passará a valer em 2026 com a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil, aprovada recentemente pelo Senado.
Segundo a BR Partners, a retração nos resultados foi puxada pela menor atividade nas áreas de fusões e aquisições, além da queda no volume de emissões de dívida. A unidade de banco de investimento e mercado de capitais gerou R$ 67,2 milhões em receitas, o que representa uma queda de 33,7% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
Em contrapartida, o segmento de soluções de tesouraria (“treasury sales & structuring”) apresentou forte crescimento de 34,9%, alcançando R$ 28,7 milhões em receita.
O
retorno sobre o patrimônio médio (ROAE) ficou em 20,9%, inferior aos 23,7% registrados um ano antes. De acordo com Vinícius Carmona, diretor de Relações com Investidores, o mercado de M&A continua em ritmo fraco, mas há sinais de retomada para o próximo ano.
Em um ambiente de política monetária ainda restritiva, a área de reestruturação de dívidas (capital solutions) manteve forte demanda, com destaque para a assessoria prestada à
Ambipar (AMBP3).
Desde que passou a negociar seus ADRs na Nasdaq, em setembro, o BR Partners viu a participação de estrangeiros em sua base acionária saltar de 1% no fim de 2022 para 18%. Investidores pessoa física representam agora 61% das units, enquanto investidores institucionais locais somam 21%.
A liquidez média diária das ações também cresceu, passando de R$ 1 milhão para cerca de R$ 6 milhões.
📈 Com valor de mercado de aproximadamente R$ 2 bilhões, o banco negocia a 10 vezes o lucro estimado para 2026.