BBDC4 pode superar BBAS3 no 2T25; veja o que esperar dos balanços dos bancos

O Santander abre a temporada de resultados dos bancos, na quarta-feira (30).

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Publicado em 28/07/2025 às 19:09h - Atualizado 10 horas atrás Publicado em 28/07/2025 às 19:09h Atualizado 10 horas atrás por Marina Barbosa
Banco do Brasil será o último a apresentar seus resultados (Imagem: Shutterstock)

Os bancos brasileiros devem apresentar dados mistos na temporada de resultados do segundo trimestre de 2025, que começa nesta semana.

💲 A avaliação de analistas é de que as taxas de inadimplência devem crescer e o ritmo de concessão de crédito pode desacelerar, devido aos juros altos.

A tendência preocupa sobretudo o Banco do Brasil (BBAS3), que ainda é afetado pelo cenário desafiador do agronegócio e, por isso, deve apresentar mais um trimestre fraco.

Por outro lado, espera-se que as receitas sigam em alta, o que pode garantir bons índices de eficiência, sobretudo para o Itaú (ITUB4).

Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11), por sua vez, devem seguir uma trajetória de recuperação, mesmo que com ritmo mais lento, segundo analistas.

🏦 Com a recuperação do Bradesco e a derrocada do Banco do Brasil, contudo, é possível que haja uma mudança no ranking dos bancos mais lucrativos da B3.

Segundo as projeções dos analistas, o Itaú seguirá liderando essa corrida, mas o Bradesco pode superar o Banco do Brasil e apresentar o segundo maior lucro do setor no trimestre.

Veja o que esperar do balanço de cada banco:

Santander

🗓️ O Santander (SANB11) abre a temporada de resultados dos bancos, pois publica seu balanço na quarta-feira (30), antes da abertura do mercado.

A expectativa dos analistas é de que o lucro do banco tenha um crescimento de dois dígitos em relação ao segundo trimestre de 2024, mas apresente estabilidade na comparação com o primeiro trimestre de 2025.

A XP explica que o cenário macroeconômico deve pesar sobre o crescimento da carteira de crédito, levando a uma expansão moderada nos cartões de crédito e no financiamento imobiliário, pressão contínua sobre empréstimos consignados e veículos usados, maior estresse nas linhas com garantia para micro e pequenas empresas e desempenho moderado no atacado.

A casa, contudo, também vê uma melhora das taxas financeiras e menores custos de captação, além de um crescimento sólido das tarifas e comissões. Por isso, antecipa um lucro líquido de R$ 3,7 bilhões, com um ROE de 16,4%.

Já o Itaú BBA projeta um lucro de R$ 3,8 bilhões, com margens mais altas dos clientes compensando perdas com tesouraria.

Bradesco

O Bradesco (BBDC4) também publica os resultados do segundo trimestre de 2025 na quarta-feira (30), só que depois do fechamento do mercado.

📊 Neste caso, a expectativa é de que o banco continue em uma trajetória de recuperação, mas há dúvidas sobre o ritmo dessa retomada.

Itaú BBA e Genial Investimentos projetam um lucro de R$ 6,1 bilhões, o que representa uma melhora de quase 29% do lucro na base anual e um aumento de aproximadamente 4% no trimestre. Além disso, trabalham com um ROE superior a 14%.

O Itaú BBA explica que a margem financeira com clientes e as receitas com seguros devem crescer, compensando uma ligeira alta das provisões e as altas despesas de vendas, gerais e administrativas.

"O banco segue avançando em seu plano de reestruturação, com fechamento de agências, digitalização do segmento massificado, foco no público de alta renda e busca por eficiência. A prioridade tem sido melhorar a qualidade dos ativos e recuperar a rentabilidade, mesmo que isso implique em um crescimento de crédito mais contido em 2025", acrescentou a Genial.

A XP, por sua vez, projeta um lucro de R$ 5,6 bilhões, que seria 19,4% maior que o do mesmo período de 2024, mas 4% menor que o do primeiro trimestre de 2025. Isso por causa do aumento da inadimplência de um crescimento mais lento do crédito.

"O Bradesco permanece no caminho certo, mas as melhorias provavelmente ocorrerão em etapas, em vez de uma linha reta", acredita a XP, que ainda projeta um ROE de 13,6% para o banco.

Itaú

📈 Já o Itaú (ITUB4) apresenta seus resultados no dia 5 de agosto, após o fechamento do mercado. E deve ter mais um trimestre de resultados sólidos e crescentes, segundo os analistas.

Para a XP, este pode ser o único bancão da bolsa a registrar um lucro maior que o do primeiro trimestre. A casa projeta um lucro de R$ 11,3 bilhões para o Itaú, o que representaria um crescimento de 12,6% na base anual e de 1,9% na comparação trimestral. Como resultado, o ROE deve atingir 23,2%.

A projeção se baseia na expectativa de crescimento da carteira de crédito e das receitas, sobretudo devido a financiamentos imobiliários, cartão de crédito, seguros e gestão de ativos.

A XP, contudo, também alerta para a possibilidade de um crescimento mais lento do financiamento de veículos e para um aumento marginal da inadimplência.

Banco do Brasil

Já o resultado mais esperado (ou temido) do trimestre ficará por último. É que o Banco do Brasil (BBAS3) só divulga seu balanço no dia 14 de agosto, após o fechamento do mercado.

📉 Vários bancos e casas de análise já cortaram as projeções para o BB depois da frustração com o resultado do primeiro trimestre, que caiu 20,7% impactado pelo aumento da inadimplência do agronegócio, das provisões e da Selic.

A expectativa dos analistas é de que o lucro do BB recue ainda mais no segundo trimestre, por causa da continuidade desses desafios, mas também pela deterioração da carteira de crédito corporativa.

Itaú BBA e XP acreditam que o Banco do Brasil deve lucrar cerca de R$ 5,3 bilhões no segundo trimestre, o que representa uma queda de 43,5% no ano e de 27% no trimestre.

Já a Genial Investimentos é ainda mais pessimista e projeta um lucro de R$ 5,1 bilhões, uma queda expressiva de 46,6% no ano e de 31% no trimestre. As projeções para o ROE vão de 10,9% a 12%.

Os analistas ainda apontam para a possibilidade de o Banco do Brasil reduzir o seu payout, ou seja, a parcela do lucro que é distribuída aos acionistas sob a forma de dividendos.

Veja as projeções da XP para os lucros dos bancos no 2T25:

  • Itaú: R$ 11,343 bi, +12,6% no ano e +1,9% no trimestre;
  • Bradesco: R$ 5,630 bi, +19,4% no ano e -4% no trimestre;
  • Banco do Brasil: R$ 5,383 bi, -43,5% no ano e -27,0% no trimestre;
  • Santander: R$ 3,697 bi, +10,9% no e -4,2% no trimestre.

Veja também a data de publicação dos balanços:

  • Santander: 30 de julho, antes da abertura do mercado;
  • Bradesco: 30 de julho, após o fechamento do mercado;
  • Itaú: 5 de agosto, após o fechamento do mercado;
  • Banco do Brasil: 14 de agosto, após o fechamento do mercado.