BB (BBAS3) responde sobre Magnitsky: “Seguimos leis do Brasil e dos países onde atuamos”

A declaração veio em meio às tensões envolvendo a aplicação da Lei Magnitsky, dos EUA, contra o ministro Alexandre de Moraes.

Author
Publicado em 20/08/2025 às 17:34h - Atualizado Agora Publicado em 20/08/2025 às 17:34h Atualizado Agora por Matheus Silva
Segundo a CEO, o Banco do Brasil segue robusto e sólido (Imagem: Shutterstock)

🚨 A presidente do Banco do Brasil (BBAS3), Tarciana Medeiros, afirmou nesta quarta-feira (20), que a instituição atua em plena conformidade com a legislação brasileira e com as normas internacionais dos mais de 20 países onde mantém operações.

A declaração veio em meio às tensões envolvendo a aplicação da Lei Magnitsky, dos Estados Unidos, contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Segundo Medeiros, o Banco do Brasil segue robusto e sólido, mesmo diante das incertezas que impactaram o mercado financeiro na última terça-feira (19), quando ações de grandes bancos brasileiros — incluindo o próprio BB — registraram fortes quedas após a decisão do ministro Flávio Dino (STF).

O que está em jogo

Na segunda-feira (18), Dino determinou que leis estrangeiras e decisões unilaterais de outros países não podem ser aplicadas contra cidadãos brasileiros em território nacional.

A medida, embora não tenha citado diretamente a Magnitsky, foi interpretada pelo mercado como um movimento de proteção ao ministro Moraes, alvo de sanções impostas por Washington.

A decisão provocou insegurança entre investidores, já que poderia afetar contratos e operações financeiras de empresas brasileiras com instituições estrangeiras, aumentando o risco regulatório percebido no setor bancário.

➡️ Leia mais: BB (BBAS3), Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC4) desabam na B3 com “nova lei” do STF

Reação do Banco do Brasil

Durante um seminário do Ministério da Fazenda sobre governança na gestão pública, Tarciana Medeiros criticou, sem mencionar nomes, a postura de figuras políticas que, segundo ela, colocam em dúvida a reputação da instituição.

“É muita falta de responsabilidade quando um brasileiro coloca em xeque a solidez e a integridade de uma empresa como o Banco do Brasil”, disse a executiva.

O discurso foi interpretado como uma resposta indireta às movimentações do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tem buscado apoio nos EUA para a aplicação de sanções contra o Brasil, incluindo pedidos de bloqueios a autoridades e instituições financeiras nacionais.

Mercado ainda cauteloso

Apesar da fala da presidente, os investidores seguem atentos aos desdobramentos jurídicos e políticos da disputa em torno da Lei Magnitsky.

O setor bancário tem peso relevante no Ibovespa (IBOV), e movimentos bruscos em suas ações costumam impactar diretamente o desempenho do índice.

📊 Para analistas, a fala da presidente do Banco do Brasil busca reforçar confiança no sistema financeiro, destacando que o banco possui mais de 80 anos de experiência internacional e estrutura de governança alinhada às melhores práticas globais.