De olho no Ozempic, BTG mira Banco Master e pode ampliar fatia na Biomm (BIOM3)

Operação tem apoio do Ministério da Saúde e pode impulsionar mercado de remédios emagrecedores.

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Publicado em 03/12/2025 às 12:01h - Atualizado 15 minutos atrás Publicado em 03/12/2025 às 12:01h Atualizado 15 minutos atrás por Wesley Santana

O BTG Pactual (BPAC11) foi um dos interessados em alguns dos ativos do Master quando o banco ainda não havia sido liquidado pelo Banco Central. Agora, a instituição financeira volta à mesa de negociações, depois de um pedido feito pelo próprio governo federal.

O BTG estaria estudando a compra da fatia do Master na Biomm (BIOM3), farmacêutica especializada em biomedicamentos. Atualmente, o banco de Daniel Vorcaro é acionista controlador, mas isso deve mudar no decorrer das próximas semanas.

Segundo informações do UOL, o Master detém quase 26% das ações da Biomm, por meio do fundo de investimentos Cartago. Além disso, o BNDES e o próprio BTG já mantêm ações na instituição, o que aumenta a pressão para que o banco de André Esteves aumente sua fatia no negócio.

Caso a compra avance, o BTG já teria planos otimistas para a farmacêutica, conforme destacou a reportagem. A ideia é transformar o laboratório em uma fabricante de remédios para emagrecimento, como a Ozempic.

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O negócio ganha ainda mais relevância no contexto do término da patente do medicamento produzido pela Novo Nordisk, marcado para acontecer em março do próximo ano. Dessa forma, outras companhias poderão começar a produzir as canetas emagrecedoras de forma local e mais econômica.

Por isso, o Ministério da Saúde estaria apoiando a operação como forma de estimular a concorrência no mercado interno. No fim, além de reduzir custos, começar a produzir o medicamento deve estimular a indústria nacional.

A Biomm é uma parceira antiga do governo federal, sendo responsável pelo abastecimento interno de insulina. Ela já tem expertise, por exemplo, na oferta de canetas para aplicação de medicamentos, forma mais usual de diabéticos se automedicarem durante picos de açúcar no sangue.

A eventual compra da parte do Master é um bom negócio para a Biomm, que se blinda de qualquer tentativa de recuperação de seus ativos. Com a dívida bilionária deixada pela instituição financeira, é quase certo que a Justiça decrete a venda ou o repasse do portfólio do banco para quitar as pendências financeiras.

“Na prática, hoje a Biomm tem como acionista a massa falida do Banco Master. E sua participação terá que ser vendida. Será uma forma de garantir parte do pagamento dos credores do Banco Master”, diz o especialista em gestão de risco Salvatore Milanese, ao NeoFeed. “Imagino que hoje os demais acionistas da Biomm estejam minimamente preocupados.”

BTG nega informação

A notícia da eventual compra surgiu como um suspiro para os investidores da Bimm, que fazem as ações crescerem mais de 4,5% nesta quarta (3). Por volta das 11h, os papeis eram negociados em R$ 7,40, conforme dados da B3, chegando a um valor de mercado acima de R$ 1 bilhão. 

No entanto, depois da publicação desta reportagem, o BTG divulgou uma nota negando que estaria negociando a compra do ativo. Sem dar muitos detalhes, o banco de Esteve destacou que não tem planos de aumentar sua fatia na farmacêutica. 

 “O BTG Pactual nega veementemente que esteja avaliando ou tenha qualquer interesse em compra de fatia da Biomm”, disse o banco, em nota.