CDBs do Banco Master rendem acima de 20% ao ano no mercado secundário de renda fixa
Taxas oferecidas pelos investimentos do Banco Master disparam após sua venda ao BBR ser negada pelo Banco Central.
🚨 O BRB (BSLI4), controlado pelo governo do Distrito Federal, ainda não desistiu da tentativa de adquirir parte do Banco Master.
Mesmo após o Banco Central (BC) ter rejeitado a proposta inicial apresentada em março, fontes próximas às negociações afirmam que a instituição avalia um novo desenho para a transação, com foco na aquisição de ativos considerados “saudáveis” e sem herdar passivos problemáticos.
A negativa do BC repercutiu imediatamente no mercado: as ações preferenciais do BRB (BSLI3) encerraram a sessão de quinta-feira (4) em queda de 5,6%, cotadas a R$ 10,20, após chegarem a recuar ainda mais durante o pregão.
O movimento contrastou com o desempenho positivo doIbovespa (IBOV), que fechou em alta de 0,8% no mesmo dia.
Em comunicado divulgado na quarta-feira (3), o BRB confirmou que o Banco Central indeferiu a aquisição de 49% das ações ordinárias e 100% das ações preferenciais do Master, o que daria ao banco estatal uma fatia de controle de 58% da instituição.
O banco informou que solicitou acesso integral à decisão do regulador para compreender os fundamentos do veto e avaliar as alternativas possíveis.
Internamente, a avaliação é que o negócio segue sendo estratégico para a expansão do BRB além do Distrito Federal.
De acordo com uma fonte ouvida pela imprensa, o BRB não está convencido de que precise abandonar a negociação e acredita que pode reformular a proposta, de forma a limitar riscos e atender a exigências do BC.
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Apesar da disposição do BRB, interlocutores próximos ao processo afirmam que as preocupações do Banco Central são mais profundas do que apenas a assunção de passivos específicos.
Segundo uma segunda fonte, os problemas vão “muito além” do escopo da proposta atual, envolvendo a própria sustentabilidade financeira e regulatória do Banco Master.
Um terceiro contato destacou ainda que o Master necessita de capital adicional significativo para estabilizar suas operações, fator que teria pesado fortemente na decisão do BC de vetar a transação.
O acordo entre BRB e Banco Master foi anunciado em março de 2025, com valor estimado em R$ 2 bilhões. O plano inicial previa a compra integral das ações preferenciais e quase metade das ordinárias, consolidando o BRB como controlador da instituição privada.
No entanto, diante de críticas do mercado e da complexidade dos ativos envolvidos, o BRB recuou parcialmente.
Em agosto, o banco informou que limitaria a aquisição a cerca de R$ 24 bilhões em ativos considerados saudáveis, deixando de fora outros R$ 51,2 bilhões classificados como de maior risco.
Com essa readequação, o valor estimado do negócio caiu para R$ 1,8 bilhão, mas ainda assim não foi suficiente para obter o aval do Banco Central.
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O Banco Master ganhou notoriedade nos últimos anos como uma instituição de porte médio que adotou uma estratégia de crescimento agressivo, baseada em emissões de dívida vendidas por meio de plataformas de investimento.
Esses papéis eram oferecidos com rendimentos muito acima da média do mercado e divulgados como sendo protegidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até o limite de R$ 250 mil por investidor.
O problema é que parte significativa dos recursos captados foi direcionada a ativos ilíquidos e de difícil precificação, como precatórios contra governos e participações em empresas em recuperação judicial.
Essa alocação gerou dúvidas sobre a qualidade da carteira e levantou preocupações quanto ao risco sistêmico de uma possível deterioração dos ativos.
Para o BRB, a aquisição dos ativos do Master representaria um salto de escala, com a possibilidade de ampliar sua presença em nível nacional. Porém, os riscos regulatórios e financeiros associados à operação tornaram o processo incerto.
Do lado do Banco Central, o objetivo é preservar a estabilidade do sistema financeiro e evitar que instituições públicas assumam riscos desproporcionais em operações com bancos de perfil vulnerável.
💰 Por enquanto, o futuro da negociação segue em aberto. Fontes indicam que o BRB estuda novas alternativas para reformular o acordo, mas não há garantias de que uma segunda proposta consiga superar as objeções do regulador.
Taxas oferecidas pelos investimentos do Banco Master disparam após sua venda ao BBR ser negada pelo Banco Central.
O BRB viu suas ações despencarem mais de 11% após o Banco Central vetar a compra do Banco Master.