Azzas (AZZA3): Fusão entre Arezzo e Soma pode estar com os dias contados

Segundo o "Pipeline", os CEOs da Arezzo e Soma negociam um "divórcio", devido a desentendimentos pessoais.

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Publicado em 14/03/2025 às 15:25h - Atualizado 5 minutos atrás Publicado em 14/03/2025 às 15:25h Atualizado 5 minutos atrás por Marina Barbosa
Azzas é fruto da fusão entre Arezzo e Soma (Imagem: Shutterstock)

A Azzas (AZZA3) foi criada há menos de oito meses, a partir da fusão entre Arezzo e Soma, com o objetivo de ser a maior plataforma de moda da América Latina. Contudo, já pode estar com os dias contados.

🧑‍💼 O site "Pipeline" revelou que os CEOs da Arezzo e Soma, Alexandre Café Birman e Roberto Jatahy, respectivamente, não conseguiram criar uma boa relação na nova empresa e estão negociando um "divórcio".

Birman é o atual CEO da Azzas, enquanto Jatahy é o Diretor da Unidade de Negócio de Vestuário Feminino da companhia. Devido aos desentendimentos, no entanto, Jatahy não reporta os resultados da sua divisão a Birman, mas ao Conselho de Administração da Azzas, ainda de acordo com o site.

Diante disso, Birman e Jatahy já teriam discutido a cisão das operações. Arezzo e Soma, no entanto, não voltariam aos seus formatos originais, pois alguns ajustes foram levados à mesa de negociação. A marca Hering, por exemplo, passaria da Soma para a Arezzo nesse cenário.

Birman, contudo, também avalia comprar a participação de Jatahy na Azzas para não ter que desmembrar as marcas. Contudo, ainda não há um acordo sobre o preço do negócio.

Azzas derrete na B3

📉 Diante dos custos da quebra da fusão, o "Pipeline" disse que a solução para esse impasse não deve ser rápida. A notícia de que o "divórcio" está na mesa, no entanto, foi o suficiente para derrubar as ações da Azzas na B3.

O papel figura entre as maiores baixas desta sexta-feira (14) na bolsa brasileira. Às 15h10, recuava 9,38% e era negociada a R$ 21,75.

As ações da Azzas já haviam derretido 13,39% na última quarta-feira (12), depois que a empresa reportou uma queda de 35,8% do lucro no quarto trimestre de 2024, no primeiro resultado após a fusão.

Com isso, o papel acumula uma desvalorização superior a 50% desde a sua estreia na B3: a ação da Azzas começou a ser negociada na bolsa brasileira em 1º de agosto de 2024, por cerca de R$ 50.

O que dizem os analistas?

A Azzas ainda não se posicionou sobre o possível divórcio entre Birman e Jatahy. Analistas, no entanto, avaliam o episódio como "negativo".

🗣️ A Ativa Investimentos, por exemplo, disse que, "caso os rumores sejam concretos, podemos ter uma empresa abalada internamente olhando para sua governança, com choques entre diretores que pode afetar o andamento da fusão".

"Além disso, com falta de comunicação interna, o operacional pode ser prejudicado e isso deve se refletir nos resultados reportados pela companhia e atrasos nos ganhos de sinergias e novos projetos", acrescentou a Ativa.