Após exclusão dos índices da B3, Azul (AZUL4) tem ADRs suspensos nos EUA
A decisão ocorre após o pedido de recuperação judicial nos EUA, via Chapter 11, protocolado na última quarta-feira (28).
Depois de amanheceram em forte queda, as ações da Azul (AZUL4) tiveram uma leve reação no mercado. Por volta das 11h, os papéis eram negociados próximos de R$ 1, com alta de 3,7%.
📈 Mesmo os ADRs da companhia aérea, negociados na bolsa de valores de Nova Iorque, recuaram em relação ao movimento das primeiras horas do dia. Depois de caírem quase 40%, eles passaram a ser negociados por US$ 0,50, o que representa uma valorização de 2,3% em relação ao fechamento da última terça-feira (28).
A forte volatilidade nas ações da Azul se explica na notícia de que a empresa enviou à Justiça um pedido de recuperação judicial. Nos Estados Unidos, a empresa recorreu ao chamado Chapter 11, que é um termo de proteção às dívidas.
O caminho escolhido pela Azul já era comentado pelo mercado há algumas semanas, na iminência da necessidade de uma reestruturação financeira. Suas duas principais concorrentes, Latam e Gol, em momentos diferentes, optaram pela mesma saída.
No caso da Azul, o processo aberto já conta com apoio dos principais credores da companhia. O acordo prevê um financiamento de US$ 1,6 bilhão, dinheiro que será usado para refinanciar dívidas e dar liquidez ao ativo durante o processo de RJ que pode ser concluído ainda em 2025, conforme previsão da empresa.
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A empresa também quer aproveitar a operação para reduzir sua alavancagem financeira quase pela metade, passando dos atuais 5,1 vezes para 3 vezes. No primeiro trimestre deste ano, a Azul registrou um lucro líquido de R$ 783,1 milhões, revertendo o prejuízo bilionário que havia registrado um ano antes.
Com o novo movimento das ações, o valor de mercado da Azul foi reduzido para abaixo de R$ 1 bilhão. Ainda é quase o dobro dos R$ 542 milhões da Gol, mas deixa a empresa no mesmo patamar das small caps, que são companhias com baixa capitalização de mercado na B3.
🤝 A entrada no Chapter 11 coloca em xeque um dos principais anúncios do setor aéreo nos últimos meses, que foi um acordo entre a Gol e Azul. As duas empresas vinham conversando para uma união de serviços desde o último mês de janeiro.
Enquanto a Gol finaliza sua reestruturação, a Azul entra no mesmo processo que durou mais de um ano no caso da concorrente. Desta forma, fontes ouvidas pela imprensa, dizem que o acordo entre as duas ficou em segundo plano.
Além disso, parte do plano de reestruturação da Azul prevê a redução de sua frota em até 35%, o que deve diminuir o ritmo de operação da companhia. Essa mudança será feita, sobretudo, com as aeronaves de grande porte, que se tornaram um gargalo na operação da aérea.
A decisão ocorre após o pedido de recuperação judicial nos EUA, via Chapter 11, protocolado na última quarta-feira (28).
O Bradesco já havia cortado a recomendação de compra para neutra no início da semana.