Azul (AZUL4): Recuperação Judicial faz ações caírem mais de 7% e ADRs recuarem 40%

No entanto, o ticker reagiu depois dos primeiros minutos do pregão

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Publicado em 28/05/2025 às 11:44h - Atualizado 2 dias atrás Publicado em 28/05/2025 às 11:44h Atualizado 2 dias atrás por Wesley Santana
Azul é uma das três maiores companhias aéreas do país (Imagem: Shutterstock)

Depois de amanheceram em forte queda, as ações da Azul (AZUL4) tiveram uma leve reação no mercado. Por volta das 11h, os papéis eram negociados próximos de R$ 1, com alta de 3,7%. 

📈 Mesmo os ADRs da companhia aérea, negociados na bolsa de valores de Nova Iorque, recuaram em relação ao movimento das primeiras horas do dia. Depois de caírem quase 40%, eles passaram a ser negociados por US$ 0,50, o que representa uma valorização de 2,3% em relação ao fechamento da última terça-feira (28).

A forte volatilidade nas ações da Azul se explica na notícia de que a empresa enviou à Justiça um pedido de recuperação judicial. Nos Estados Unidos, a empresa recorreu ao chamado Chapter 11, que é um termo de proteção às dívidas. 

O caminho escolhido pela Azul já era comentado pelo mercado há algumas semanas, na iminência da necessidade de uma reestruturação financeira. Suas duas principais concorrentes, Latam e Gol, em momentos diferentes, optaram pela mesma saída.

No caso da Azul, o processo aberto já conta com apoio dos principais credores da companhia. O acordo prevê um financiamento de US$ 1,6 bilhão, dinheiro que será usado para refinanciar dívidas e dar liquidez ao ativo durante o processo de RJ que pode ser concluído ainda em 2025, conforme previsão da empresa.

⚖ Leia mais: Azul (AZUL4) pede recuperação judicial nos Estados Unidos

A empresa também quer aproveitar a operação para reduzir sua alavancagem financeira quase pela metade, passando dos atuais 5,1 vezes para 3 vezes. No primeiro trimestre deste ano, a Azul registrou um lucro líquido de R$ 783,1 milhões, revertendo o prejuízo bilionário que havia registrado um ano antes. 

Com o novo movimento das ações, o valor de mercado da Azul foi reduzido para abaixo de R$ 1 bilhão. Ainda é quase o dobro dos R$ 542 milhões da Gol, mas deixa a empresa no mesmo patamar das small caps, que são companhias com baixa capitalização de mercado na B3.

Acordo com a Gol

🤝 A entrada no Chapter 11 coloca em xeque um dos principais anúncios do setor aéreo nos últimos meses, que foi um acordo entre a Gol e Azul. As duas empresas vinham conversando para uma união de serviços desde o último mês de janeiro.

Enquanto a Gol finaliza sua reestruturação, a Azul entra no mesmo processo que durou mais de um ano no caso da concorrente. Desta forma, fontes ouvidas pela imprensa, dizem que o acordo entre as duas ficou em segundo plano. 

Além disso, parte do plano de reestruturação da Azul prevê a redução de sua frota em até 35%, o que deve diminuir o ritmo de operação da companhia. Essa mudança será feita, sobretudo, com as aeronaves de grande porte, que se tornaram um gargalo na operação da aérea.