Azul (AZUL4) à beira do abismo? Banco vê risco de recuperação judicial e corta preço-alvo

Em resposta ao cenário, o JPMorgan reduziu o preço-alvo de R$ 19 para R$ 8,50, uma queda de 55%.

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Publicado em 10/09/2024 às 09:45h - Atualizado 2 meses atrás Publicado em 10/09/2024 às 09:45h Atualizado 2 meses atrás por Matheus Rodrigues
Embora a Azul tenha prontamente negado essas alegações, o impacto no mercado foi imediato (Imagem: Shutterstock)

🚨 A Azul Linhas Aéreas (AZUL4) encontra-se em um ponto decisivo para o seu futuro financeiro. Nas últimas semanas, as ações da empresa despencaram 46%, muito além da queda observada entre seus concorrentes, que variou entre 4% e 5,5%.

O motivo: especulações sobre um possível pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, no famoso processo conhecido como Chapter 11.

Embora a Azul tenha prontamente negado essas alegações, o impacto no mercado foi imediato.

Em resposta ao cenário, o JPMorgan revisou suas estimativas para as ações da Azul. O banco reduziu o preço-alvo de R$ 19 para R$ 8,50, uma queda de 55%.

No entanto, mesmo com esse corte, a nova projeção ainda representa uma valorização significativa de 109% em relação ao valor de fechamento mais recente das ações, que estavam cotadas a R$ 4,07.

O JPMorgan mantém a recomendação neutra, esperando maior clareza sobre a renegociação das dívidas da empresa, que totalizam cerca de US$ 550 milhões em arrendamentos.

Renegociações determinam os próximos passos

A Azul enfrenta desafios relacionados ao pagamento dessas obrigações e, segundo o JPMorgan, a empresa busca soluções que possam evitar uma diluição excessiva de capital.

Entre as alternativas mais discutidas está a possibilidade de que arrendadores assumam uma participação de 25% na companhia, em troca de US$ 550 milhões em títulos flutuantes.

Essa solução poderia marcar o início de uma nova fase para a empresa, permitindo que ela negocie termos mais favoráveis para melhorar sua liquidez e atrair novos investidores.

Além disso, o mercado tem acompanhado rumores de um possível aporte privado na ordem de US$ 200 milhões, além da emissão de um novo título garantido pelo setor de carga da Azul, que poderia levantar até US$ 400 milhões.

Contudo, a ausência de um acordo concreto até o momento mantém os investidores em alerta para o risco de uma eventual recuperação judicial.

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Projeções de curto e médio prazo

De acordo com o JPMorgan, mesmo que a Azul consiga avançar em suas negociações, o caminho à frente ainda é desafiador.

As projeções indicam uma queima de caixa de R$ 550 milhões na segunda metade de 2024, impulsionada pelos vencimentos de dívidas e amortizações.

Como resultado, o banco revisou para baixo suas estimativas de receitas e Ebitda para os anos de 2024 e 2025, refletindo o aumento do risco associado à companhia.

Ainda assim, a Azul pode encontrar oportunidades no mercado doméstico.

O banco espera um aumento de 6% na capacidade consolidada da companhia em 2024, puxado por um crescimento de 8% no segmento doméstico.

📈 O cenário é favorecido pela reabertura do Aeroporto de Porto Alegre no último trimestre de 2024 e pela recente queda de 8% nos preços do combustível de aviação.