Azul (AZUL4) registra alta de 155% no lucro do 4T23
No ano, a empresa teve mais de 29 milhões de clientes, uma alta de 6,5% em comparação com 2022.
A valorização do dólar é uma faca de dois gumes. Se, por um lado, ela impulsiona as exportações brasileiras, por outro, mina o retorno dos investimentos internacionais no país. E pelo menos 10 ações listadas na B3 chegaram a tombar entre 49% e 74% no acumulado de 2024.
É o que revela o levantamento exclusivo elaborado pelo consultor Einar Rivero, CEO da Elos Ayta, que chega a conclusão de que o impacto da alta do dólar contra o nosso real não é homogêneo.
"Alguns setores foram atingidos com mais força, e os números são contundentes. O setor de transporte aéreo, por exemplo, é o mais penalizado. A Azul (AZUL4) amarga uma queda de impressionantes 74,74% em dólares", destaca Rivero.
Na sequência, o setor de serviços educacionais também está em maus lençóis. Cogna (COGN3) e Yduqs (YDUQ3) despencaram −68,52% e −62,18%, respectivamente.
As dificuldades de recuperação pós-pandemia e a desconfiança dos investidores pesam sobre o setor, que ainda luta para se reerguer, conforme o especialista.
O varejo, por sua vez, reflete a realidade do consumo brasileiro. Magazine Luiza (MGLU3) viu suas ações desabarem −64,56%. Com o crédito mais caro e o poder de compra das famílias corroído, o cenário não é dos melhores.
No setor de alimentos, Carrefour Brasil (CRFB3) e Assaí (ASAI3) não escaparam da crise, com quedas de −57,82% e −57,31%.
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No acumulado de 2024, o Ibovespa teve queda de −21,28% em dólares — o pior desempenho desde 2015, quando o índice despencou 41,03% na moeda americana.
Para Einar Rivero, a explicação para esse cenário desafiador passa, inevitavelmente, pela valorização do dólar. Neste ano, o dólar Ptax subiu 20,16%, tornando qualquer investimento no Brasil bem menos atraente para o capital estrangeiro.
A relação histórica é clara: quando o dólar sobe, o Ibovespa em dólares tende a cair. Em 2002, por exemplo, o dólar disparou 52,27% e o índice despencou 45,5% na moeda americana. Já em 2009, o cenário foi inverso: o dólar caiu 25,49% e o Ibovespa em dólares explodiu em uma alta de 145,16%.
"Olhando para o futuro, o cenário é desafiador. A relação entre o desempenho do Ibovespa e a valorização do dólar não é uma novidade, mas em 2024 ela voltou a mostrar sua força", pondera o consultor financeiro.
Ou seja, enquanto o real continuar perdendo valor, o investidor estrangeiro continuará cauteloso. E, como é sabido, o humor desse investidor tem um peso enorme na bolsa brasileira.
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