Após saltar 50% em 3 meses, CSN Mineração (CMIN3) perdeu fundamentos? 

Genial rebaixa recomendação para a companhia e faz alerta sobre a situação

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Publicado em 24/09/2024 às 15:32h - Atualizado 2 minutos atrás Publicado em 24/09/2024 às 15:32h Atualizado 2 minutos atrás por Lucas Simões
Preço do minério de ferro não dá gatilho para a CSN Mineração (Imagem: Shutterstock)

Existe uma velha máxima no mercado financeiro que diz: rentabilidade passada não garante rentabilidade futura. A frase vem bem a calhar com o momento da CSN Mineração (CMIN3), que viu o preço de suas ações disparar mais de 50% entre junho e setembro de 2024.

🚨 Conforme a Genial Investimentos, o valuation de CMIN3 esticou bastante nas últimas semanas, empurrando a ação para uma espécie de short squeeze.

O termo em inglês refere-se a uma súbita valorização do ativo negociado em bolsa de valores, geralmente provocado pelo alto volume de operações vendidas que faz com que os investidores sejam obrigados a vender suas ações.

"É bem provável que o short squeeze da CMIN3 tenha sido promovido pelo programa de recompra iniciado pela companhia, aliado a típica falta de liquidez, que por sua vez deriva do baixo percentual de free float das ações", comenta o analista Rafael Chamadoira, em relatório divulgado nesta terça-feira (24).

Ou seja, para o analista, a CSN Mineração perdeu seus paramentos fundamentalistas, já que a companhia vinha desempenhando bem.

➡️ Leia mais: China acordou e pode estar faminta pelo minério da Vale (VALE3)

O que fazer com CMIN3 agora?

Na visão da corretora, por ora, foi mantido o preço justo da CMIN3 em R$ 6,00 nos próximos 12 meses.

No entanto, o analista rebaixou a recomendação de compra para apenas manter, já que a empresa já até superou o preço justo estipulado.

Atualmente, as ações ordinárias da CSN Mineração são negociadas por volta de R$ 6,64 cada. Portanto, existe um potencial prejuízo de 10% aos investidores que entram na tese de investimento agora em relação ao valuation calculado pela Genial.

Minério de ferro não ajuda

⛏️ O cenário macroeconômico não deixa o analista confortável em melhorar as premissas sobre a CSN Mineração, que é a segunda maior exportadora de minério de ferro brasileira, logo atrás da Vale (VALE3).

Isso porque a referência de preço da commodity deve ficar em US$ 98 por tonelada no terceiro trimestre do ano e, depois, cair para US$ 95 por tonelada no quarto trimestre.

"Usamos essas premissas desde fevereiro, e na época se encontravam mais pessimistas que o consenso. É possível que, caso o preço da commodity continue nesse patamar depreciado, revisitemos para baixo a nossa projeção para o final de 2024 e para 2025, que se encontra com uma média de US$ 99 por tonelada", conclui Chamadoira.