Americanas (AMER3): Ex-executivos venderam R$ 287 mi em ações antes do anúncio de rombo

A defesa do ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, rechaça veementemente as acusações de fraude.

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Publicado em 29/06/2024 às 12:47h - Atualizado 2 dias atrás Publicado em 29/06/2024 às 12:47h Atualizado 2 dias atrás por Elanny Vlaxio
A Americanas se posicionou como vítima de uma fraude contábil  (Shutterstock)

Segundo a PF, o ex-presidente da Lojas Americanas (AMER3), Miguel Gutierrez, a ex-diretora Anna Saicali e outros executivos da empresa venderam um total de R$ 287 milhões em ações da companhia. As vendas ocorreram no período anterior à divulgação do rombo de R$ 25,3 bilhões no balanço da empresa, em janeiro de 2023. As "inconsistências contábeis", como foram eufemisticamente chamadas, revelaram-se uma fraude de grande escala.

🚓 A investigação, que faz parte da Operação Disclosure, levanta suspeitas de que os executivos em questão agiram com informação privilegiada. Ou seja, teriam conhecimento da situação financeira real da Americanas antes do público em geral e se aproveitado disso para vender suas ações e evitar perdas.

Em nota oficial, a defesa do ex-CEO da Americanas, Miguel Gutierrez, rechaça veementemente as acusações de fraude e informa que ele está colaborando ativamente com as investigações. A nota destaca que Gutierrez "jamais participou de qualquer irregularidade" e que "tem plena convicção de sua inocência".

🚨 Já a Americanas, se posiciona como vítima de uma fraude contábil orquestrada por sua antiga diretoria. A empresa afirma que os ex-dirigentes "manipularam dolosamente os controles internos existentes" para mascarar as irregularidades e maquiar os resultados da companhia.

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De acordo com a investigação que resultou na Operação Disclosure, Gutierrez e Saicali teriam vendido mais de R$ 230 milhões em ações da Americanas, sendo R$ 171,7 milhões por Gutierrez e R$ 59,6 milhões por Saicali, diante da possibilidade de as fraudes contábeis bilionárias da empresa virem a público.

💸 O pico das transações ocorreu em julho e outubro de 2022, conforme apontado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. Os investigadores afirmam que Gutierrez estava diretamente envolvido nas fraudes, pois participava do fechamento dos resultados. Ele tinha a responsabilidade final sobre os números supostamente inflados apresentados ao Conselho de Administração e ao mercado, segundo a PF.

A investigação concluiu que ele não apenas tinha total conhecimento dos resultados reais da empresa, mas também orquestrou a maquiação dos números para inflar lucros e garantir bônus milionários. Gutierrez não foi apenas um espectador passivo.

Ele comandou ativamente a fraude, contando com a coautoria e apoio de outros investigados. A Procuradoria destaca a participação crucial de Saicali, que, apesar de não ocupar a mesma posição hierárquica, era peça fundamental na articulação das irregularidades.