Ambipar (AMBP3) dispara 1.700% e propõe desdobramento de ações; o que esperar?
A iniciativa surge após um impressionante rali das ações na B3, que acumulam valorização de 600% nos últimos doze meses.
A Ambipar (AMBP3) chama a atenção do mercado desde meados de 2024, quando, em questão de poucos meses, chegou a disparar +3.227%. Embora as ações hoje acumulem um desconto superior a −50% desde a máxima de R$ 268,51 cada, em 13 de dezembro do ano passado, os papéis ainda saltam +1.432% desde as mínimas, valendo R$ 123,64 cada.
Nesta terça-feira (29), a empresa de gestão de resíduos e atendimento a emergências ambientais soltou um fato relevante em que dá conta sobre a decisão da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) sobre se haverá a necessidade ou não de uma oferta pública de aquisição (OPA, na sigla em inglês), mecanismo que fecharia o capital social da Ambipar, deslistando suas ações da B3.
Só que o colegiado de reguladores da CVM entendeu que não há configuração de requisitos necessários para a imposição obrigatória de uma OPA, diante do aumento de participação ao acionista controlador e aos demais acionistas envolvidos.
Em outras palavras, a CVM não acha que seja necessário a Ambipar dar entrada em um procedimento que levaria a companhia a deixar a bolsa brasileira, já que a imposição de uma OPA faria com que o acionista controlador ofertasse um preço pelas ações da empresa nas mãos dos acionistas minoritários.
Conforme apuração do Investidor10, a disparada das ações da Ambipar iniciou-se em maio de 2024, inicialmente impulsionada por recompras da própria companhia e aquisições realizadas pelo acionista controlador Tércio Borlenghi Júnior.
Leia mais: Dos 10 BDRs mais negociados do 1º semestre, 4 são de empresas brasileiras
O movimento ganhou força com a entrada de fundos geridos pela Trustee e culminou em um fenômeno conhecido como short squeeze — quando investidores que estavam vendidos (apostando na queda) são forçados a recomprar ações, alimentando ainda mais a alta.
Justamente essa forte valorização da AMBP3 chamou a atenção da CVM, que abriu investigação sobre o comportamento atípico dos papéis.
A autarquia concluiu que houve ação coordenada entre o controlador da empresa, fundos de investimentos ligados ao Banco Master e o empresário Nelson Tanure (investidor conhecido por apostar em empresas em dificuldades financeiras), o que pode configurar manipulação de mercado.
Vale destacar também que a Ambipar estuda uma proposta de desdobramento de ações na proporção de 1 para 10, visando tornar os papéis mais acessíveis ao investidor pessoa física e aumentar a liquidez no mercado. Atualmente, a liquidez média diária é de R$ 8,83 milhões.
Segundo dados do Investidor10, se você tivesse investido R$ 1 mil em AMBP3 há dois anos, hoje você teria R$ 5.943,90, já considerando o reinvestimento dos dividendos. A simulação também aponta que o Ibovespa teria retornado R$ 1.105,20 nas mesmas condições.
A iniciativa surge após um impressionante rali das ações na B3, que acumulam valorização de 600% nos últimos doze meses.
Desde outubro do ano passado, Ambipar e Dow estudam uma cooperação voltada ao aumento da reciclagem de polietileno no Brasil.