🌱 Ao menos cinco ações do agronegócio brasileiro listadas na B3 estão na mira dos analistas do BB Investimentos, que enxergam a consolidação do dólar acima dos R$ 6 aqui no Brasil como um dos fundamentos para algumas exportadoras de commodities agropecuárias.
"Embora o desempenho acumulado da bolsa de valores brasileira em 2024 tende a deixar os investidores avessos a risco naturalmente mais reticentes, para o próximo ano projetamos que o Ibovespa atinja aos 153 mil pontos, um potencial de 21%, já que vemos melhora nas estimativas de lucro das empresas para 2025, o que sustenta o potencial elevado mesmo no contexto de piora de risco", escrevem os analistas Victor Penna e Wesley Bernabé, em relatório divulgado em dezembro.
No caso, o agronegócio ainda reserva algumas teses de investimento de qualidade, sendo essa a principal narrativa nos próximos meses, na visão da corretora do Banco do Brasil (BBAS3), que relembra o cenário de juros elevados por aqui encarecendo o custo de capital.
🐔 Dando nome aos bois, as ações da BRF (BRFS3) são um desses nomes resilientes com recomendação dos analistas, sendo a favorita do setor, com o BB Investimentos estipulando preço justo de R$ 33 por ação nos próximos 12 meses e Preço Sobre o Lucro (P/L) de 13,4x.
"Escolhemos BRFS3 como nossa favorita diante da reversão do ciclo do gado no Brasil, que vai implicar em aumento do preço da proteína bovina e migração de consumidores para proteínas mais baratas, como as de aves e suínas", afirma a dupla.
Se não fosse o bastante, o frigorífico também ostenta uma oferta equilibrada entre os principais produtores mundiais de proteína de aves, diante do surto de gripe aviária vivenciado pela União Europeia e pelos Estados Unidos, além da possível manutenção do nosso real desvalorizado, favorecendo as companhias com receitas em dólar.
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Conforme os especialistas do banco, mesmo com a perspectiva de elevação nos preços do milho, relevante na formação de preços das rações animais do frigorífico, eles entendem que os argumentos já mencionados se sobrepõem a esse aspecto, o que justificaria nossa escolha.
No entanto, dá para tapar o sol com a peneira por completo, visto que boa parte do crescimento da demanda pela BRFS3 no exterior se deveu apenas à carne in natura, cujas margens são menores, alinhados à volatilidade dos preços das commodities e dólar afetam diretamente a rentabilidade do frigorífico.
"Embargos sanitários e questões geopolíticas podem ameaçar exportações da BRF, levando à queda de volumes no mercado internacional; além do ciclo curto de aves poder levar ao descasamento entre oferta e demanda, prejudicando a rentabilidade dos produtores de proteína animal", alertam Penna e Bernabé
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As unidades da BRF estão localizadas em Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, enquanto a da JBS Aves está no Paraná.
