Os investimentos no exterior mais promissores ainda em 2025
Analistas do BTG Pactual apontam onde estão as oportunidades mais óbvias em tempos de tarifas de Trump.
🤑 A bolsa de valores brasileira está entre as que mais saíram no lucro em todo o mundo durante os 100 primeiros dias de governo de Donald Trump, completados nesta terça-feira (29), o republicano que voltou a dar as cartas na Casa Branca. Recentemente, o presidente dos Estados Unidos até disse que os brasileiros haviam ficado ricos ao cobrarem taxas de importação dos americanos.
Conforme levantamento realizado por Einar Rivero, CEO da Elos Ayta, o Ibovespa em dólares teve rentabilidade de +17,30% desde o último dia 20 de janeiro (data da posse de Trump) até o último fechamento. Mas, quem saiu com o melhor desempenho no mundo foi o índice espanhol Ibex-35, com valorização de +26,60%.
"Nesse curto período, os mercados globais foram sacudidos por uma série de eventos, coroada pela polêmica política de taxação externa anunciada pelo governo americano em 2 de abril. O resultado? Uma reconfiguração expressiva no ranking global das bolsas em dólares", explica o especialista.
📉 Entre os 21 principais índices acionários das bolsas mundiais, acompanhados pela Elos Ayta, três dos quatro piores resultados são de investimentos listados nos EUA: o índice de tecnologia Nasdaq-100 afundou −11,53%, seguido pelo S&P 500, que investe nas 500 maiores empresas americanas, cujo tombo foi de −7,80%, além do índice ligado à velha economia Dow Jones, que retraiu −7,50%.
Ações individuais ameicanas caíram ainda mais, por exemplo, a gigante fabricante de chips Nvidia (NVDA), com saldo de quase -20%, integrante do seleto grupo das Sete Magníficas,
Os investimentos listados nos EUA só não ficaram na lanterna porque o Ibovespa argentino teve um combo ainda mais negativo, por conta de fragilidades domésticas e o impacto do cenário externo sobre economias emergentes com baixa confiança institucional, na leitura de Einar Rivero. Dessa forma, o S&P Merval, na Argentina, despencou −22,8% nos primeiros 100 dias do governo Trump.
➡️ Leia mais: Investir no exterior: como fazer investimentos fora do país?
Quer sejam investidores globais ou brasileiros buscando diversificar o seu patrimônio no exterior, o segundo mandato de Trump tem provocado um verdadeiro furacão nos mercados financeiros mundiais, mas algumas economias têm conseguido tirar mais proveito da situação do que outras.
Embora o Brasil tenha ficado entre os vencedores, muitos outros vizinhos latino-americanos se saíram ainda melhor que o Ibovespa, como o México (+23,00%), Chile (+19,13%) e Colômbia (+18,94%).
🎯 O estudo da Elos Ayta também aponta para a pujança das economias do bloco europeu, já que a liderança da Espanha não foi um caso isolado. Prova disso é que a Itália avançou +19,56%, perseguida pelo índice da Zona do Euro, com +18,44%, e até mesmo Portugal ficou ligeiramente acima do Ibovespa, com +17,57%.
Já os mercados asiáticos ficaram no meio do caminho. O FTSE China 50 subiu +13,03%, o Hang Seng de Hong Kong avançou +9,88%, enquanto o Japão andou praticamente de lado, com alta de apenas +0,44% no Nikkei 225.
Na própria bolsa americana, os brasileiros com acesso a uma corretora de valores internacional, também podem construir riqueza com investimentos em outros países, mas que estão convenientemente listados nos EUA.
Uma das maneiras mais diversificadas para se fazer isso é através dos ETFs temáticos de países (fundos de índices negociados em bolsa).
🔎 Por exemplo, se nesta reportagem você ficou sabendo que a Bolsa de Valores da Espanha teve o melhor desempenho durante os 100 primeiros dias do governo Trump, saiba que o seu investimento equivalente negociado na bolsa americana é o iShares MSCI Spain ETF (EWP), cuja valorização em 2025 chega a +32%.
Até mesmo o nosso Ibovespa tem uma versão dolarizada lá fora, o iShares MSCI Brazil ETF (EWZ), que apresentou ganhos de 21% no ano. Já o índice de ações argentinas dolarizado, que negocia com o maior desconto no período, é o Global X MSCI Argentina ETF (ARGT), que teve ligeira alta de +4,29% no mesmo período.
Analistas do BTG Pactual apontam onde estão as oportunidades mais óbvias em tempos de tarifas de Trump.
Desempenho do Ibovespa em dólares fica pelo meio do caminho, ainda assim, se valoriza quase +20% no período.