Nubank e Inter podem sofrer com nova proposta do governo; entenda

A proposta visa compensar a polêmica elevação do IOF sobre investimentos e atinge diretamente o setor financeiro.

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Publicado em 09/06/2025 às 19:26h - Atualizado 1 hora atrás Publicado em 09/06/2025 às 19:26h Atualizado 1 hora atrás por Matheus Silva
A principal mudança está na unificação das alíquotas do Imposto de Renda das empresas (Imagem: Shutterstock)

🚨 As ações do Nubank (ROXO34) e do Inter (INBR32) operaram em queda nesta segunda-feira (09), refletindo a reação do mercado às novas medidas fiscais apresentadas pelo Ministério da Fazenda.

A proposta visa compensar a polêmica elevação do IOF sobre investimentos e atinge diretamente o setor financeiro, com destaque para as fintechs.

A principal mudança está na unificação das alíquotas do Imposto de Renda sobre o lucro das instituições financeiras.

Atualmente, existem três níveis de tributação: 20% para bancos de grande porte como Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11); 15% para corretoras e seguradoras; e 9% para fintechs de menor porte.

Com a proposta do governo, a alíquota reduzida de 9% seria extinta. A dúvida que permanece é se essas empresas migrariam para o patamar de 15% ou 20%, o que faz toda a diferença na conta final.

Mercado reage com cautela

Com a incerteza sobre o novo enquadramento tributário, o mercado reagiu de forma imediata. Os papéis do Nubank e do Inter fecharam o dia com queda de 3,59% e 2,71%, respectivamente.

A preocupação gira em torno do impacto potencial nos lucros e na capacidade dessas empresas de manter crescimento acelerado em um ambiente de margens mais apertadas.

Mesmo com interpretações divergentes, a mudança indica um movimento mais amplo de reequilíbrio no sistema financeiro.

Para Marcos Camilo, CEO da Pulse Capital, o fim da alíquota reduzida tende a elevar o custo de capital de maneira generalizada — algo que pode atingir com mais força as fintechs do que os grandes bancos.

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“As fintechs têm menor escala, menor base de capital e atuam em segmentos mais sensíveis ao preço. Isso limita a capacidade de repasse e pode impactar diretamente o crescimento”, analisou.

No caso específico do Nubank, a empresa tem foco em clientes de renda mais baixa, onde a elasticidade de preço é mais restrita.

Isso significa que aumentos de tarifas ou custos não são facilmente absorvidos pelo consumidor — o que pode pressionar a rentabilidade futura da operação.

O que vem pela frente?

A proposta ainda está em construção e será formalizada por meio de medida provisória. Por isso, o mercado segue atento aos desdobramentos políticos no Congresso e à versão final do texto.

📊 Enquanto isso, os investidores adotam postura de cautela. A perda de incentivos fiscais, somada à elevação geral dos custos no setor, reforça o cenário de maior seletividade no segmento de tecnologia financeira.