Vale (VALE3): O que esperar do balanço, após produção bater expectativas no 2T25?
Analistas melhoraram projeções, mas ainda veem queda dos resultados na comparação anual.
As ações da Vale (VALE3) caem na B3 nesta quarta-feira (16), na esteira dos dados de produção do primeiro trimestre de 2025. É que os dados desapontaram alguns analistas, reforçando a perspectiva de que o Ebitda da companhia recue no trimestre.
⚒️ Divulgada na véspera, a prévia operacional da Vale mostrou uma produção de 67,7 milhões de toneladas de minério de ferro no primeiro trimestre. O resultado caiu 4,5% na comparação com o mesmo período do ano passado, devido aos níveis elevados de chuva registrados no Sistema Norte.
Ainda assim, a Vale ampliou em 3,6% as vendas de minério de ferro, para 66,1 milhões de toneladas. O aumento foi possível devido aos estoques acumulados em trimestres anteriores e foi impulsionado pela venda de produtos de teor médio, como produtos blendados e concentrados, na China.
Os preços médios praticados pela companhia, no entanto, voltaram a cair. O baque foi de 9,8% no caso dos finos de minério de ferro e de 18,1% nas pelotas de minério de ferro, para US$ 90,8 e US$ 140,8 por tonelada, respectivamente. É o equivalente a menos US$ 2,2 por tonelada.
Na avaliação da XP, os melhores embarques de minério de ferro foram "compensados por um mix de produtos e prêmios mais fracos".
📉 O Itaú BBA acrescentou que a menor disponibilidade de produtos de alto teor e os menores prêmios do mercado levaram a "uma deterioração sequencial no prêmio médio de qualidade da Vale".
O BTG Pactual acredita que os preços praticados pela Vale ainda foram afetados pela "falta de apetite (e margens) da China em pagar mais por qualidade".
O preço médio de US$ 90,8 por tonelada de finos de minério de ferro reportado pela companhia ficou abaixo do esperado pelo Itaú BBA (US$ 91,4) e pela Genial Investimentos (US$ 92,0) e pelo Santander (US$ 93,9).
Leia também: Vale (VALE3) produz menos minério de ferro, mas vende mais no 1T25
Diante disso, os analistas acreditam que a Vale vai reportar um Ebitda menor no balanço do primeiro trimestre de 2025, que será divulgado no próximo dia 24 de abril, após o fechamento do mercado.
💲 O BTG Pactual chegou a dizer que espera um "resultado pouco animador no 1T25 (EBITDA próximo a US$ 3,2 bilhões), com 2025 provavelmente permanecendo um ano de transição operacional".
O Itaú BBA também projeta um Ebitda de US$ 3,2 bilhões para a Vale no primeiro trimestre de 2025. Já a XP reduziu a sua estimativa em 3%, para US$ 3,1 bilhões. O Santander, por sua vez, trabalha com uma cifra de US$ 3,0 bilhões e a Genial Investimentos, de US$ 2,8 bilhões.
Todas as projeções apontam, portanto, para uma redução do indicador. Afinal, a Vale registrou um Ebitda ajustado de US$ 3,4 bilhões no primeiro trimestre de 2024. No quarto trimestre do ano passado, a cifra marcou US$ 3,7 bilhões.
Com base nesse cenário, BTG, XP e Itaú BBA mantêm uma recomendação neutra em relação às ações da Vale. Já a Genial vê um valuation atrativo e recomenda a compra do papel. O Santander tem uma recomendação outperform, equivalente à compra.
Às 16h13 desta quarta-feira (16), as ações da Vale recuavam 2,12% e eram cotadas a R$ 52,67 na B3.
Analistas melhoraram projeções, mas ainda veem queda dos resultados na comparação anual.
Mineradora produz 3 milhões de toneladas a mais de minério no trimestre, apesar de preços em baixa nos mercados.