Aplicar no
Tesouro Direto significa que o investidor está disposto a emprestar dinheiro ao governo brasileiro, em troca de receber
juros compostos nesta troca. Dependendo da direção das taxas oferecidas, é possível turbinar na
renda fixa os rendimentos via marcação a mercado, como também ver o seu patrimônio encolher.
Então, para responder de maneira prática à dúvida de muitos poupadores, o Investidor10 averiguou qual é a direção das taxas no Tesouro Direto nesta virada de setembro para outubro de 2025. E lá vai o resumo: taxas de longo prazo caem, títulos intermediários seguem estáveis e rendimentos dos prefixados sobem.
Agora, esmiuçando essa análise, dá para sacar que os títulos públicos que travam o dinheiro dos investidores por mais tempo voltaram a registrar ganhos com marcação a mercado no acumulado entre os dias 22 e 29 de setembro, diante da queda dos juros compostos pagos pela renda fixa do governo.
Um bom exemplo disso é o
Tesouro Renda+ 2065, que viu a sua remuneração cair de IPCA+ 7,11% ao ano para os atuais IPCA+ 7,06% ao ano. Em compensação, o preço unitário desses títulos para acúmulo de aposentadoria extra saltou de R$ 169,78 para R$ 173,95, respectivamente. Ou seja, um
lucro na marcação a mercado de +2,5%.
Mexida na taxa Selic?
Por sua vez, títulos públicos com vencimento intermediário, caso do
Tesouro IPCA+ 2040, apresentam taxas mais lateralizadas, embora a tendência também seja de queda. Os rendimentos entre os dias 22 e 29 de setembro cederam de IPCA+ 7,13% ao ano para IPCA+ 7,08% ao ano.
Todavia, entre os papéis prefixados, que prendem por menos tempo o dinheiro dos investidores, a dinâmica é oposta. As taxas do
Tesouro Prefixado 2028 passaram de 13,19% ao ano no último dia 23 para os atuais 13,33% ao ano. Já o preço unitário do título público caiu ligeiramente de R$ 755,97 para R$ 755,36.
Segundo Étore Sanchez, economista-chefe da corretora Ativa Investimentos, a queda das taxas no Tesouro Direto nos vencimentos de longo prazo, em parte, reflete a desaceleração do mercado de trabalho, cuja divulgação mais recente do Caged frustrou as expectativas ao registrar a criação de 147,4 mil novos postos de trabalho, frente à mediana do mercado de 181,9 mil.
"A desaceleração do mercado de trabalho evidencia que a economia brasileira está perdendo tração de forma consistente, na medida em que a
restrição de juros atua sobre este mercado como um dos canais de transmissão, tornando natural um aumento do desemprego em breve", explica o especialista, o que pode sinalizar mexidas na
taxa Selic em breve.