Nem foi preciso que a
taxa Selic caísse dos atuais 15% ao ano nesta reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) para que o
Tesouro Direto disparasse mais de +4% nesta quinta-feira (11), dado que as taxas oferecidas para se emprestar dinheiro ao governo brasileiro caíram.
É sabido que, quando os
juros compostos ficam menores, o preço unitário dos títulos públicos se valoriza em compensação. Ou seja, o dinheiro aplicado no Tesouro Direto, quando as taxas decolaram sobre o
efeito eleitoral de Flávio Bolsonaro nos últimos dias, já coloca dinheiro no bolso dos investidores até o momento.
Um dos exemplos mais evidentes está no
Tesouro Renda+ 2065, o título público com o maior prazo de vencimento disponível, por isso, o mais volátil aos efeitos da marcação a mercado. Sua remuneração caiu de
IPCA+ 7,00% ao ano na véspera para os atuais
IPCA+ 6,91% ao ano.
Por sua vez, o preço unitário do
Tesouro Renda+ 2065 saltou de R$ 181,86 para R$ 189,19 em apenas um dia. Dessa forma, obteve um
lucro na marcação a mercado de +4,03%.
A título de comparação, o
Ibovespa (índice composto pelas
ações brasileiras mais negociadas da bolsa de valores brasileira) teve retorno de apenas +0,07% no curtíssimo prazo, provando que a
renda fixa não é tão fixa assim e também pode performar ganhos exponenciais em janelas específicas, a depender da trajetória da curva futura de juros.
Justamente as taxas dos contratos de depósitos financeiros (DIs) negociados na B3 também cederam nesta quinta-feira pós-Copom, provando que o mercado já enxerga uma
taxa Selic menor no futuro. O contrato com vencimento em janeiro de 2035 perdeu quase 20 pontos-base e terminou o pregão com taxa de 13,52%, ante o patamar anterior de 13,70%.