2025 é o ano do ouro caro e do dólar barato; saiba o pódio dos investimentos
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O Copom (Comitê de Política Monetária) se reúne nesta terça (4) e quarta-feira (5) para definir o rumo da taxa básica de juros da economia brasileira, a taxa Selic.
💲 No mercado, há um consenso de que a Selic seguirá em 15%, apesar do recente recuo da inflação e das expectativas de inflação. A atenção está, portanto, no tom que será adotado no comunicado do Copom.
Para boa parte dos analistas, o comunicado do Copom deve reconhecer a melhora no cenário inflacionário, mas manter um tom cauteloso, para indicar que os cortes de juros só devem começar mesmo em 2026.
Isso porque a inflação e as expectativas de inflação recuaram, mas seguem acima da meta perseguida pelo BC (Banco Central), que é de 3% ao ano, com um intervalo de tolerância de 1,5% a 4,5%.
Além disso, o mercado de trabalho segue aquecido e o ano eleitoral pode trazer novos estímulos econômicos, o que pode pressionar a inflação.
📅 Pensando nisso, muitos analistas dizem que o Copom pode reforçar a necessidade de manter a taxa Selic nos atuais 15% por um "período bastante prolongado".
"O Copom deve até mencionar alguma melhora na inflação corrente, mas não mudará a sua sinalização de manutenção de juros no patamar de 15% a.a. por período bastante prolongado diante da desancoragem das expectativas, da resiliência do mercado de trabalho e das projeções de inflação acima da meta", afirmou o Itaú BBA.
A XP concorda que "ainda é cedo para mudar o tom", mas diz que o Copom pode ser "um pouco menos duro (hawkish)" desta vez.
Para a XP, "o comunicado pós-decisão reconhecerá com cautela a melhora no cenário inflacionário, indicando que o trabalho ainda está longe de concluído". Contudo, também pode trazer projeções de inflação um pouco mais baixas e dar menos ênfase à possibilidade de uma nova alta de juros.
"O ciclo de alta ainda não estava totalmente descartado. Agora, embora improvável novo aumento, o Banco Central tende a suavizar o discurso, reforçando que o atual nível da Selic é compatível com a convergência da inflação para a meta", endossou o economista-chefe da Nomos, Beto Saadia.
Saadia espera, portanto, "um comunicado com tom mais equilibrado, sinalizando confiança na trajetória de convergência da inflação, mas sem abrir espaço imediato para cortes adicionais".
🏦 O presidente do BC, Gabriel Galípolo, disse em outubro que a instituição está "bastante incomodada" com o fato de que a inflação e as expectativas de inflação seguem acima da meta. Ele sugeriu, então, que os juros devem continuar em um "patamar elevado e restritivo" até que haja essa convergência.
Com isso, as apostas de que o ciclo de corte de juros poderia começar em dezembro deste ano diminuíram no mercado.
Segundo o Boletim Focus, os analistas acreditam que a Selic seguirá em 15% até o final de 2025, começando a cair só em 2026.
O mercado, contudo, ainda se divide sobre quando exatamente começa o ciclo de corte dos juros, com as apostas oscilando entre janeiro e março de 2026.
A Nomos acredita que a Selic começa a cair já em janeiro e chegará a 12% no final de 2026.
A XP, por outro lado, acredita que seria prudente esperar um pouco mais, para garantir a continuidade do processo de desinflação. Por isso, espera que a Selic só comece a cair em março, mas também vê a taxa em 12% ao final do próximo ano.
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