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Como regra, o risco de investir em cada país é medido pelo grau de desenvolvimento, pela análise das contas públicas e os lucros a serem obtidos. No entanto, há casos em que outros fatores são analisados e apontados como importantes para o recebimento de aportes financeiros, sobretudo quando os recursos vêm do exterior.
No caso do Brasil, no mesmo momento em que se discute a política fiscal, os investidores têm outro foco de atenção antes da decisão de investir no país. A entrada do crime organizado na economia formal passou a fazer parte das conversas entre operadores da Faria Lima.
Conforme reportagem da Folha de São Paulo, empresários, gestores de fundos e outros entes do mercado financeiro já demonstram preocupação sobre a entrada de organizações criminosas no ambiente de negócios. Facções como o PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho) foram citadas nominalmente por alguns dos entrevistados.
O medo de muitos deles é que este tipo de atuação afete os ganhos de empresas que operam na legalidade, em detrimento às facções. Isso causaria impactos diretos à concorrência e ao ambiente de negócios do país.
"O crime organizado, de todas as vertentes e tamanhos, está entrando com tudo numa série de setores, criando concorrência desleal para quem trabalha na legalidade", disse à Folha o empresário Rubens Ometto, controlador do grupo Cosan (CSAN3). A companhia tem suas ações negociadas na bolsa de valores brasileira.
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E o sentimento desses operadores tem fundamento, já que cada vez mais é possível a atuação de pessoas ligadas a essas organizações em áreas importantes da economia. Em São Paulo, por exemplo, uma longa investigação mostrou que algumas das linhas de transporte municipal estavam nas mãos do PCC, que venceram editais de licitações.
Mas as discussões sobre isso passam também por Brasília, onde esses grupos têm forte influência no Congresso e até no Judiciário. Eles estariam atuando em uma espécie de lobby, em que trabalhavam para garantir que a legislação não afete o desenvolvimento de seus produtos.
Para isso, nos últimos anos, o crime organizado mudou sua configuração, passando a depender menos da venda de produtos ilegais. Elas chegam até a constituir empresas formais, com atuações reais, que servem para esconder os problemas com a lei.
"Se antes os criminosos precisavam enterrar dinheiro, agora alguns já lavam recursos por meio de uma fintech aberta por parceiros; se antes saqueavam transportadoras para vender segurança ou ter influência sobre a empresa, agora tentam manter as suas próprias frotas", diz Fábio Bechara, integrante do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) do Ministério Público do Estado de São Paulo, à reportagem.
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