Reag (REAG3) extingue conselho consultivo; saiba motivo
As atribuições que eram exercidas pelo conselho consultivo passam a ser conduzidas pelo Conselho de Administração e pela Diretoria.
A Reag Investimentos (REAG3) está reestruturando a sua governança, em uma tentativa de afastar os questionamentos gerados pela operação que investigou o uso de fundos de investimentos que estavam sob sua gestão pelo crime organizado.
Fundador da Reag, João Carlos Mansur vendeu a sua participação e renunciou ao cargo de presidente do Conselho de Administração da companhia nesse domingo (7).
💲 A transação compreende ações representativas de 87,38% da companhia e foi fechada por cerca de R$ 100 milhões, além do pagamento de uma parcela contingente variável vinculada à receita operacional líquida da companhia nos próximos cinco anos.
O controle da companhia foi comprado pelos seus principais executivos, por meio da Arandu Capital Holding, que agora deve realizar uma OPA (Oferta pública de Aquisição) voltada às demais ações da gestora.
Segundo a gestora, a decisão foi tomada com o "objetivo de proteger a integridade e a reputação da REAG Investimentos S/A, seus colaboradores, clientes e acionistas, diante das recentes e infundadas especulações às quais a Companhia foi submetida".
🧾 Em fato relevante divulgado neste domingo (7), a gestora disse ainda que esta era "a medida mais prudente para assegurar que a condução dos negócios e a governança corporativa permaneçam inabaláveis, sem qualquer interferência de tais narrativa".
"A Companhia continuará a conduzir suas atividades com o mesmo compromisso com a ética, a responsabilidade e a transparência, sempre com foco na preservação dos interesses de seus investidores e acionistas", acrescentou.
Além de João Carlos Mansur, outros dois executivos renunciaram aos cargos que mantinham na Reag nesse domingo (7). São eles:
Os membros do conselho consultivo da Reag também já haviam renunciado na última quarta-feira (3), o que acabou levando à extinção do órgão que deveria prestar assessoramento ao Conselho de Administração da empresa.
A Reag Investimentos foi um dos alvos da megaoperação que revelou ligações entre o mercado financeiro e o crime organizado. Segundo as investigações, criminosos usavam fintechs e fundos de investimento para ocultar e reinvestir o dinheiro obtido por meio de um esquema de adulteração de combustíveis e sonegação de impostos.
🗣️ Em nota de esclarecimento divulgada em seu site, a gestora disse que "refuta veementemente qualquer atuação em estruturas de natureza ilegal". Além disso, garantiu que "atua em linha com as normas vigentes no mercado financeiro e de capitais" e que "mantém controles internos rigorosos de prevenção à lavagem de dinheiro, em linha com padrão dos reguladores aos quais está submetida".
Em relação aos fundos citados na investigação, a Reag disse que "sua atuação sempre foi diligente e proba, e os fundos foram, há meses, objeto de renúncia ou liquidação".
Ainda assim, a gestora colocou o seu controle à venda nos dias seguintes à operação. A gestora chegou a falar em uma "conversa preliminar" com a Galapagos Capital, mas a empresa negou o interesse pelo bloco de controle da companhia, que agora acabou ficando com seus executivos.
As atribuições que eram exercidas pelo conselho consultivo passam a ser conduzidas pelo Conselho de Administração e pela Diretoria.
A Reag Investimentos, por sua vez, disse que a conversa com a Galapagos "não foi adiante".