Raízen (RAIZ4) não confirma aumento de capital e tomba 7% na semana

Companhia disse que ainda não há decisão sobre a operação, vista como uma forma de reduzir a sua alavancagem.

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Publicado em 08/02/2025 às 13:54h - Atualizado 19 dias atrás Publicado em 08/02/2025 às 13:54h Atualizado 19 dias atrás por Marina Barbosa
Raízen atingiu mínimas históricas na bolsa nesta semana (Imagem: Shutterstock)

A Raízen (RAIZ4) manifestou-se na sexta-feira (7) sobre a possibilidade de realizar um aumento capital para reduzir a sua alavancagem.

🧾Em comunicado enviado à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), a Raízen disse que "avalia continuamente alternativas para a otimização de sua estrutura de capital, como parte de sua estratégia".

Contudo, afirmou que, "até o momento, não há qualquer decisão sobre um potencial aumento de capital da Companhia".

A possibilidade de um aumento de capital foi levantada na quinta-feira (6) pelo "Valor Econômico". Segundo o jornal, a Raízen estaria negociando uma capitalização para reduzir a pressão sobre o endividamento da Cosan (CSAN3), a sua controladora ao lado da Shell.

📉 A reportagem foi publicada em meio à derrocada das ações da empresa na bolsa e ajudou a impulsionar o papel na quinta-feira (6).

As ações da Raízen, no entanto, voltaram a cair na sexta-feira (7) e fecharam a semana com um baque acumulado de 7,3%.

O papel chegou a atingir a mínima histórica de R$ 1,69 na quarta-feira (5) e fechou a semana a R$ 1,76.

A dívida da Raízen

💲 Segundo a S&P, a dívida financeira da Raízen atingiu um recorde de R$ 49,7 bilhões ao final do terceiro trimestre de 2024, levando a alavancagem para 3,0x.

A expectativa da S&P, no entanto, é de que "a alavancagem da Raízen permanecerá alta, no patamar de 3,0x-3,5x, ao final do ano fiscal de 2025, com capacidade limitada de reduzir a dívida nominal no ano fiscal de 2026".

Por isso, a agência revisou o rating da Raízen ao final de janeiro. A nota de crédito foi mantida em BBB na escala global. Contudo, a perspectiva foi rebaixada de estável para negativa.

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Além disso, o Santander e o Citi cortaram o preço-alvo para as ações da Raízen, para R$ 2,40 e R$ 3,50, respectivamente, nas últimas semanas.

Para o Santander, a Raízen deve apresentar "resultados mais fracos" no terceiro trimestre da safra 2024/2025. Afinal, a moagem de cana recuou 26,6% no período. E a perspectiva do banco é de que a produção continue pressionada nos próximos trimestres.

Já o Citi considerou margens mais baixas na área de distribuição de combustíveis, uma previsão menor para a moagem de cana e a perspectiva de alta da Selic ao fazer essa revisão.