Raízen (RAIZ4) diz que não avalia reestruturar dívida ou pedir recuperação

Rumores sobre uma eventual reestruturação derrubaram as ações da companhia nesta 6ª feira.

Author
Publicado em 10/10/2025 às 18:31h - Atualizado 8 horas atrás Publicado em 10/10/2025 às 18:31h Atualizado 8 horas atrás por Marina Barbosa
Ações da Raízen renovaram mínima histórica, batendo nos R$ 0,84 (Imagem: Shutterstock)
Ações da Raízen renovaram mínima histórica, batendo nos R$ 0,84 (Imagem: Shutterstock)

Raízen (RAIZ4) disse nesta sexta-feira (10) que "não está considerando qualquer forma de reestruturação de dívida ou pedido de recuperação judicial ou extrajudicial".

📉 O comunicado foi publicado depois que as suas ações derreteram e renovaram as mínimas históricas na B3, em meio a preocupações sobre a situação financeira da companhia.

De acordo com o "Valor Econômico", ao menos um grande investidor havia desmontado uma posição em títulos de dívida externa da Raízen, o que pressionou a cotação dos bonds e levantou dúvidas sobre uma possível reestruturação da companhia.

A Raízen, no entanto, descartou os rumores e garantiu que mantém uma "posição robusta de caixa, com R$ 15,7 bilhões em disponibilidades ao final do 1T 2025’26, e R$ 5,5 bilhões (US$ 1,0 bilhão) em linhas comprometidas de crédito rotativo disponíveis".

A companhia disse ainda que "segue executando sua estratégia de gestão financeira voltada à otimização do perfil de endividamento e da estrutura de capital".

Capitalização segue no radar

A Raízen vem se desfazendo de ativos, como usinas de etanol e geração distribuída de energia, para reduzir o seu endividamento e voltar a focar no "core" do negócio. Isto é, na produção de açúcar, etanol e bioenergia e na distribuição de combustíveis.

💲 Além disso, os seus controladores têm conversado com "potenciais investidores para uma transação de capitalização. 

A Raízen é fruto de uma joint-venture entre Cosan (CSAN3) e Shell (SHEL), mas poderia ganhar um novo sócio relevante nesta operação. E essa possibilidade continua na mesa, segundo a empresa.

"A Companhia foi informada por seus acionistas controladores de que seguem em curso discussões e avaliações sobre alternativas de capitalização da Raízen, com o objetivo de fortalecer sua estrutura de capital e apoiar sua estratégia de longo prazo", disse a Raízen nesta sexta-feira (10).

Cosan

Controlador da Raízen, a Cosan também estava nessa situação e acabou fechando um acordo para levantar até R$ 10 bilhões no final de setembro.

🏦 A maior parte dessa verba será aportada pelo BTG Pactual (BPAC11), que, com isso, vai entrar no rol dos maiores sócios da Cosan e poderá até assumir o controle da holding no futuro.

Ao anunciar o acordo, a Cosan ressaltou que todos esses recursos serão utilizados na "renegociação e repagamento de suas dívidas financeiras, de forma a efetivamente reduzir a sua alavancagem financeira". Logo, não devem ajudar na reestruturação de subsidiárias como a Raízen.

Ações da Raízen na mínima histórica

Diante do temor de uma possível reestruturação de dívida, as ações da Raízen tiveram mais um dia de forte desvalorização na B3.

O papel chegou a ser cotado por R$ 0,84 no final da manhã desta sexta-feira (10), renovando a sua mínima histórica. No fechamento, caía 1,14% e era cotado a R$ 0,87.