Raízen (RAIZ4) dispara na bolsa após operação contra o Refit, entenda

Vibra (VBBR3) e Ultrapar (UGPA3) também sobem, com combate à informalidade no setor de combustíveis.

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Publicado em 27/11/2025 às 15:36h - Atualizado 11 horas atrás Publicado em 27/11/2025 às 15:36h Atualizado 11 horas atrás por Marina Barbosa
Raízen, no entanto, teve rating rebaixado pela Moody's (Imagem: Divulgação)
Raízen, no entanto, teve rating rebaixado pela Moody's (Imagem: Divulgação)

Distribuidoras de combustíveis listadas na B3 sobem forte nesta quinta-feira (27), na esteira da operação que revelou irregularidades no Grupo Refit (RPMG3).

📈 A Raízen (RAIZ4) lidera os ganhos. Às 14h06, a companhia exibia uma alta de 7,41% na B3, mesmo depois de ter seu rating rebaixado pela Moody's. Já a Vibra (VBBR3) avançava 1,74% e a Ultrapar (UGPA3) subia 0,95%.

Especialistas explicam que o cerco contra práticas ilegais no setor de combustíveis pode favorecer as grandes distribuidoras.

De acordo com o Bradesco BBI, essas companhias poderiam crescer acima da média do mercado no próximo ano caso essa tendência se consolide -e, assim, seguir avançando na bolsa.

⛽ A Vibra e a Ultrapar poderiam até alcançar um múltiplo de P/L (preço sobre lucro) de 10 vezes em 2026 neste cenário, pelos cálculos do BBI. Veja aqui o que isso significa.

Em agosto, o BTG também avaliou que as distribuidoras listadas na bolsa poderiam ampliar sua participação de mercado e melhorar seus preços, ao ocupar o espaço deixado por distribuidoras que atuam de forma irregular e estão sendo desvendadas pelos órgãos públicos.

À época, o BTG apontou a Vibra como a empresa mais bem posicionada para se aproveitar desse cenário, mas disse que a Ultrapar também estava em uma "posição atraente".

E a Raízen?

Apesar da forte alta desta quinta-feira (27), a Raízen não desponta entre as preferidas dos analistas, já que está em meio a uma tentativa de reestruturação. 

💲 A Raízen tem vendido ativos e busca capitalizar-se para reduzir o endividamento e fortalecer a estrutura de capital. Com isso, amargou um prejuízo líquido de R$ 2,3 bilhões no segundo trimestre da safra 2025/2026.

Diante dessa situação, a Raízen perdeu o grau de investimento da Moody's nesta quinta-feira (27).

A agência de classificação de risco cortou a nota de crédito da companhia de Baa3 para Ba1 e avisou que a nota segue em revisão.

De acordo com a Moody's, o rebaixamento reflete a deterioração dos indicadores de crédito, a alta alavancagem e a geração de fluxo de caixa negativo da Raízen

A agência ainda disse que o nível atual de endividamento da empresa "continua a impor restrições significativas aos negócios, dificultando a capacidade da Raízen de manter a geração de caixa positiva". Por isso, não prevê uma recuperação significativa no curto prazo.

O que aconteceu com o Refit?

🚨 Dono da Refinaria de Manguinhos, o grupo Refit foi alvo de uma megaoperação que tenta combater a sonegação fiscal e a lavagem de dinheiro no setor de combustíveis nesta quinta-feira (27).

"O objetivo é desarticular um engenhoso esquema de fraude fiscal estruturada que causou enormes prejuízos ao erário de Estados e da União estimados em mais de R$ 26 bilhões de débitos já inscritos em dívida ativa", informou o MP-SP (Ministério Público de São Paulo).

A Receita Federal acrescentou que o grupo figura como o maior devedor contumaz do país e mantém mantém relações financeiras com empresas e pessoas ligadas à Operação Carbono Oculto -a megaoperação que revelou, em agosto, um esquema de fraudes e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis, com a participação de fintechs e fundos de investimentos.