Raízen (RAIZ4) derreteu 50%? Saiba quanto valeriam R$ 1 mil aplicados após um ano

Produtora de açúcar e etanol colhe os impactos dos juros elevados sobre seu alto nível de endividamento

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Publicado em 21/01/2025 às 15:05h - Atualizado 15 dias atrás Publicado em 21/01/2025 às 15:05h Atualizado 15 dias atrás por Lucas Simões
Já descontando a inflação, a rentabilidade de RAIZ4 foi de -49,64% em 12 meses (Imagem: Shutterstock)

📉 As ações da Raízen (RAIZ4) engatam mais um pregão bastante negativo nesta terça-feira (21), recuando até −5,18% na cotação mínima diária de R$ 1,83 ante o preço do fechamento anterior de R$ 1,93. Como dito, há um bom tempo que a companhia enfrenta uma maré de baixa na Bolsa brasileira.

Conforme dados do Investidor10, já descontada a inflação, a empresa acumula uma rentabilidade de −49,64% nos últimos 12 meses, ou seja, praticamente o patrimônio dos acionistas evaporou pela metade.

Nossa simulação aponta que se você tivesse investido R$ 1 mil em RAIZ4 há um ano, hoje você teria R$ 531,25, já levando em conta o reinvestimento dos dividendos. Em comparação, o Ibovespa teria retornado R$ 970,41 nas mesmas condições.

Nessa altura, duas questões principais devem estar pairando na mente dos investidores: o porquê da empresa viver essa má fase e se vale a pena investir na ação pensando em carregá-la para o longo prazo. Os analistas do BTG Pactual compartilham em relatório tais respostas.

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Raízen pode virar o jogo ao agronegócio em 2025?

A produtora de açúcar e etanol despertou a desconfiança do mercado desde que divulgou no último dia 17 de janeiro dados prévios sobre o trimestre passado de sua safra, números que levantam dúvidas se a Raízen conseguirá cumprir o seu guidance (projeção financeira) nesta temporada.

"Tal melhora de sentimento parece depender de uma maior visibilidade da tão necessária desalavancagem do balanço, da rotação do portfólio de ativos e dos impactos das mudanças internas", comenta o time de analistas do banco, em relatório.

🚜 Ou seja, para o BTG Pactual, o investimento em Raízen é uma tese de desalavancagem que precisa voltar ao básico, já que a companhia sofre bastante com o cenário de juros elevados no Brasil e seu nível alto de endividamento.

Dessa maneira, a empresa passa por uma profunda reformulação da equipe de gestão e uma revisão nas prioridades de crescimento e alocação de capital. Até mesmo o E2G (etanol de segunda geração), antes o principal motor de crescimento da Raízen, está sendo repensado.

Mesmo com tantas ressalvas, o banco segue com recomendação de compra para RAIZ4, com preço justo de R$ 7 por ação, por ora, enquanto espera que até mesmo uma pequena melhora no perfil de FCF (Fluxo de Caixa Livre) possa desbloquear um significativo potencial de valorização das ações.