Raízen (RAIZ4) acelera reestruturação com venda de ativos solares; ações desabam

As ações da companhia lideraram as perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (26), recuando 6,54%, a R$ 2,00, por volta das 14h45.

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Publicado em 26/05/2025 às 15:49h - Atualizado 2 dias atrás Publicado em 26/05/2025 às 15:49h Atualizado 2 dias atrás por Matheus Silva
O negócio marca mais um movimento de desinvestimento da joint venture entre Shell e Cosan (Imagem: Divulgação / Site Raízen)

🚨 A Raízen (RAIZ4) deu mais um passo no seu plano de reestruturação estratégica com a venda de um novo bloco de projetos de geração solar distribuída (GD).

A operação, que recebeu o aval da Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), foi firmada com o fundo Pátria Infraestrutura Energia Core FIP, controlado pelo Pátria Investimentos.

O negócio marca mais um movimento de desinvestimento da joint venture entre Shell e Cosan, que vem se desfazendo de ativos fora de seu core business para conter o endividamento e reforçar sua posição de caixa.

Mesmo assim, o mercado reagiu com pessimismo: as ações da companhia lideraram as perdas do Ibovespa nesta segunda-feira (26), recuando 6,54%, a R$ 2,00, por volta das 14h45.

Venda de ativos é estratégia para reduzir dívida

A venda dos ativos de energia solar distribuída se junta à transação recente da usina de Leme, anunciada há duas semanas, por R$ 425 milhões, negociada com a Ferrari Agroindústria e a Agromen Sementes Agrícolas.

Ambas refletem o esforço da companhia em enxugar o portfólio e focar nas atividades mais rentáveis — açúcar, etanol, bioenergia e distribuição de combustíveis.

Com um alto nível de capex e alavancagem, a Raízen está nos holofotes do mercado. A reestruturação liderada pelo CEO Nelson Gomes inclui iniciativas para cortar investimentos não essenciais, otimizar a originação de combustíveis e aumentar a eficiência operacional.

Apesar dos esforços, o desempenho recente das ações não anima, investidores ainda esperam evidências mais concretas de recuperação nos resultados da empresa.

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Mercado vê movimento com cautela

Segundo o Cade, o negócio com o Pátria representa uma oportunidade para o fundo ampliar sua atuação no segmento de geração descentralizada, um dos que mais crescem no setor elétrico brasileiro.

A operação, porém, foi interpretada por parte dos analistas como mais uma venda defensiva da Raízen, refletindo pressões de liquidez e priorização de curto prazo.

Com isso, ainda que o movimento reforce a disciplina financeira da companhia, o receio do mercado é que os desinvestimentos acabem limitando oportunidades futuras de crescimento em segmentos como o de energia renovável — justamente um dos mais promissores da transição energética global.

Plano é focar no essencial

📈 De acordo com a empresa, o foco agora é manter o portfólio centrado em negócios mais resilientes e com geração de caixa previsível. Isso inclui:

  • Produção de açúcar e etanol em larga escala
  • Bioenergia a partir de biomassa
  • Distribuição de combustíveis
  • Redução relevante de despesas e investimentos fora do core